Paula Laboissière
Enviada especial
Buenos Aires - A presidente daArgentina, Cristina Kirchner, afirmou que “voltaria a fazer cada uma dascoisas que fez, ao ser questionada em entrevista coletiva concedida ontem (2) se haveria algum arrependimento sobre decisões tomadas durante os quase oito primeiros meses de gestão.Mesmo diante de fortes críticas de uma parcela da população argentina, ela garantiu que voltaria a sustentar a polêmica Resolução 125, queelevou as taxas de exportação agrícola. A medida é apontada como responsável pordesencadear a crise política no país.
“Pela primeira vez na Repúblicaargentina, colocamos um debate sério e com possibilidade de sancionar uma leique, pela primeira vez, toca a redistribuição do rendimento na Argentina.”
Nosúltimos meses, houve reações de produtores rurais e o projeto não passou noCongresso argentino. O voto de minerva foi do presidente do Poder Legislativo evice-presidente da República, Júlio Cobos.
Ao conceder sua primeiracoletiva de imprensa como chefe de Estado, Cristina falou ainda sobre osresultados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), sobre osdesdobramentos da Rodada Doha e sobre sua relação com o vice-presidente.
Sobre as expectativas deintegração regional, ela destacou “firme convicção”tanto de sua parte como do lado do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula daSilva de que a integração Brasil-Argentina é uma “necessidade absoluta”.
Cristina Kirchner admitiu a existência de“diferentes posturas”entre os dois países no contexto de Doha e afirmou que vaiabordar novamente o tema tanto em conversas com Lula como com o presidente daVenezuela, Hugo Chávez.