Hospital público de São Paulo terá processo pioneiro de doação de óvulos

01/08/2008 - 7h28

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Na próxima semana, o hospital estadual paulista Pérola Byington, localizado na capital, começa um processo de doação de  óvulos sadios para mulheres com mais de 40 anos que não conseguem engravidar. As doadoras serão pacientes que fazem tratamento de fertilização in vitro no hospital. O procedimento será gratuito..  “Esse tipo de doação é vantajoso para todas as envolvidas. Quem recebe tem a oportunidade de driblar a deficiência na produção de óvulos e dar início a uma gestação. Quem doa diminui o tempo de espera na fila e inicia, junto com a receptora, o processo de fertilização in vitro”, afirma a diretora do Departamento de Infertilidade Conjugal do hospital, Nilca Donadio. Segundo ela, em nenhum outro hospital público se faz esse tipo de processo. De acordo com a diretora, o hospital não está enfrentando dificuldade para encontrar doadoras e a previsão é realizar 20 procedimentos nos cinco primeiros meses.Antes da doação, o hospital cadastra as pacientes com menos de 35 anos, que aguardam na fila e que estariam dispostas a doar óvulos. A partir daí, busca-se entre as candidatas a receber a doação aquela que tenha o mesmo tipo físico e sanguíneo da doadora. As duas pacientes passam por uma série de exames para detectar possíveis doenças, como aids, hepatite,  sífilis e problemas genéticos graves. Depois dos exames, as doadoras começam a usar medicamentos para estimular a produção de óvulos aproveitáveis. As receptoras são medicadas para facilitar a recepção do embrião. Assim que os hormônios fazem efeito, os óvulos são retirados, fecundados com o sêmen do pai e reinseridos na receptora.As crianças geradas a partir da doação de óvulos herdam as características genéticas da mãe biológica, apesar de gestadas por outra mulher. A identidade da doadora não pode ser fornecida à receptora por determinação do Conselho Nacional de Medicina.