Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Os quatro estudantes de mestrado doInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) que tinham desaparecido na Reserva Florestal Adolpho Duck, em Manaus, na última quarta-feira (23) foram localizados na noite de ontem (24). Paulo Vilela Cruz, André Silva Fernandes,Galileu Petronildo Silva Dantas e Ricardo Scherer estavam em um dasbases de apoio do próprio Inpa instaladas na área da reserva e foramencontrados por volta das 23h30 – horário de Brasília – por um grupocomposto por dois funcionários do instituto, um pesquisador (queconhece bem a área e juntou-se ao trabalho para contribuir na busca) eum tenente do Exército. O lugar é um abrigo próximo a um igarapé que possui solo de concreto, fogão e gás. Eles ficaram perdidos cerca de 36 horas.De acordo com Ricardo Scherer, apesar do susto, eles não passarampor grandes dificuldades, porque na base onde ficaram havia leite,arroz e fogão. "Também tínhamos uma lata de atum em conserva. À noite,fizemos um quilo de arroz com atum e ainda comemos umas frutas quetinham lá. Nos alimentamos bem e depois resolvemos não sair dali porquesabíamos que alguém iria vir nos resgatar", contou.Segundo o estudante, o grupo se perdeu por ter confundido um dossentidos da caminhada para concluir o trabalho decampo que os levou ao local. Ele disse que tudo foi feito de formaconsciente. "Achávamos que estávamos caminhando no sentido sul e sódepois percebemos que caminhamos no sentido oposto. Tínhamos umabússola, mas ela não estava funcionando bem. Diante disso, preferimosvoltar para o acampamento e esperar o resgate. Tínhamos certeza de queo socorro iria passar por ali", descreve.Os mestrandos não se machucaram e passam bem. Todos járetomaram suas atividades e garantem que o susto não iráatrapalhar os trabalhos de pesquisa. "Hoje todos nós já viemos para oInpa. Quanto a uma nova excursão, vamos esperar mais uns dias para tervontade de fazer novamente", confessa Scherer."De forma alguma isso irá trapalhar nossas pesquisas. Da próxima vez, vamos caminhar com mais cautela", garante.