Ocupações dos sem-terra chegam a sete estados

21/07/2008 - 18h13

Morillo Carvalho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) já ocupam as sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em sete estados: São Paulo, Ceará, Maranhão, Paraíba, Alagoas, Bahia e Goiás. As manifestações fazem parte da Jornada de Lutas por Reforma Agrária. A mobilização foi marcada para hoje (21) porque, na próxima sexta-feira (25), é dia do trabalhador rural.De acordo com o porta-voz nacional da jornada, José Batista, as ocupações não têm prazo para terminar e podem continuar em outros estados, até que as reivindicações sejam atendidas.“A nossa mobilização não tem previsão de encerramento. As nossas condições para negociar são o atendimento dessas reivindicações. Se o governo federal achar que elas podem ser resolvidas no âmbito das superintendências, nós não estamos com pressa. O importante é que seja resolvido”, disse, ao ser questionado sobre a posição do escritório nacional do Incra de que as questões devem ser resolvidas em cada superintendência.Entre as reivindicações, o MST pede a "retomada do projeto de reforma agrária no país", que, para Batista, “andava a passos de tartaruga no governo passado e continua no governo Lula. O problema é que parece que a tartaruga está parando, está travando suas pernas”.O MST estima que cerca de 150 mil famílias estejam hoje acampadas. Outra reivindicação do movimento é a concessão de crédito aos que já foram assentados, para garantir o desenvolvimento dessas áreas.“O governo federal é o responsável pela realização da reforma agrária, por destinar recursos, garantir terras, assistência técnica de qualidade, para que os trabalhadores possam produzir alimentos. O que está sendo priorizado pelo governo é a destinação de terras para a produção de etanol, e etanol não é alimento”, defendeu.