EUA estudam apoio para garantir segurança em jogos militares no Rio

21/07/2008 - 13h17

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O secretário do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, Michael Chertoff, disse que o governo americano está disposto a ajudar as autoridades estaduais do Rio de Janeiro para garantir a segurança na quinta edição dos Jogos Mundiais Militares, que vão ocorrer na capital fluminense em 2011. Promovida pelo Conselho Internacional do Esporte Militar, que reúne 128 países e mais de 1 milhão de atletas militares, a competição será realizada no continente americano pela primeira vez.O secretário se reuniu na manhã de hoje (21), no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, com o governador Sérgio Cabral e informou, em breve entrevista coletiva à imprensa, que pretende convidar autoridades fluminenses para trocar informações na área, uma vez que os EUA já sediaram grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de Futebol, em 1994. De acordo com Chertoff, essa troca de experiências também pode ser útil para garantir a segurança durante a Copa do Mundo no Brasil, em 2014.“Temos experiência em segurança em eventos de grande porte e vamos tentar ajudar as autoridades estaduais a fazer essa segurança.”O secretário norte-americano disse ainda que se reuniu neste fim de semana com representantes do setor privado ligados à área portuária. Ele defendeu a criação de parcerias público-privadas como forma de aumentar a segurança nos portos brasileiros. “O governo pode criar padrões de trabalho com o setor privado, indicando áreas de maior risco. Se há ataque [em algum porto], isso cria problemas em toda a rede [de comércio portuário]. Todos têm interesse em aumentar a segurança na área portuária”, afirmou. Questionado se a área da Tríplice Fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai, preocupa as autoridades americanas em termos de segurança, Michael Chertoff destacou que já houve muito debate sobre uma possível vinculação entre o tráfico de armas e de drogas que ocorreria nessa região e a atividade de terroristas. Ele se limitou a dizer, no entanto, que “toda vez que há espaço sem governo, onde os criminosos, os traficantes, estão operando com relativa liberdade, é sempre perigoso”. O secretário defendeu que as ações com vistas à segurança contra o terrorismo sejam praticadas de forma “coordenada em todo o mundo para que todos possam se beneficiar” e destacou que o governo do presidente George W. Bush vai deixar como legado o fortalecimento diante do terrorismo. “Os terroristas não ficam limitados a um país. Eles agem contra pessoas livres em todo o mundo”, acrescentou, ao explicar que as recentes visitas de secretários norte-americanos a países da América do Sul têm sido motivadas pela “crescente importância econômica das nações dessa região”.Chertoff informou que embarca ainda hoje para Brasília, onde deve se reunir com representantes dos Ministérios da Defesa e da Justiça. Ele disse não ter uma pauta específica, mas adiantou que durante os encontros serão discutidas possíveis parcerias nas áreas comerciais e alfandegárias.