Arrecadação do IOF sobre crédito e câmbio aumentou 197,68% no semestre

21/07/2008 - 14h15

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A arrecadação do Imposto sobre Operações Financeiras no primeiro semestre rendeu ao governo  R$ 8,395 bilhões, 197,68% a mais do que os R$ 2,820 bilhões do mesmo período de 2007. Essa variação diz respeito ao que foi arrecadado do IOF que incide sobre as operações de crédito e de câmbio, tanto depessoas jurídicas quanto de pessoas físicas. No total, a arrecadação de IOF total cresceu 151,46%."Essaarrecadação [do IOF] vem sendo sustentada pelocrescimento do crédito neste semestre", afirmou o secretário da Receita, Jorge Rachid.O aumento da alíquota daContribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras de 9%para 15% resultouem um aumento de recolhimento de 29,55% no período.A tributação nas operações de crédito e o aumento da CSLL  foram medidas adotadas pelo governo para compensar a perda de arrecadação com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, extinta no início deste ano, com previsão de  recolher aos cofres cerca de R$ 40 bilhões.

Além da tributação nas operações de crédito, Rachid atribuiu o resultado da arrecadação no período ao desempenho da economia e de ações administrativasdesenvolvidas pela Receita Federal e pela Procuradoria Geral da FazendaNacional.

"Demonstra o trabalho integrado da ReceitaFederal com a Procuradoria da Fazenda Nacional. Também maior espontaneidade docontribuinte. É o que queremos", disse Rachid.

Só com a recuperação dos débitos em atraso,incluindo multas, juros e depósitos judiciais, o crescimento real daarrecadação administrada pela Receita Federal chegou a 135%, passando de R$ 1,433 bilhão para R$ 3,367 bilhões.

Quanto aos fatores econômicos, a Receita destaca amaior lucratividade das empresas, com um crescimento geral de vendas de 14,2%,aumento da massa salarial de 14,45%, crescimento de 46,82% no valor do dólardas importações e o aumento de 6,7% na produção industrial.Em junho, o total de impostos e contribuições bateu novorecorde, ao atingir  R$ 55,747bilhões. No acumulado do ano, o resultado também foi recorde e chegou a R$ 327,672bilhões em termos nominais e a R$ 333,208 bilhões se o valor for corrigido peloÍndice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado oficialmente pelogoverno para medir a inflação.

O resultado do semestre teve crescimento 10,43%em comparação ao mesmo período do ano passado, mesmo depois de extinta aContribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), no início desteano.