Sanitarista aponta sintomas de problema estrutural na saúde pública

14/07/2008 - 14h06

Da Agência Brasil

Brasília - Epidemias como a dadengue, no Rio de Janeiro, e a morte de mais de 200 bebês desdeo início deste ano ano na Santa Casa de Misericórdia doPará, em Belém, são sintomas de um problemaestrutural na saúde pública do país. A afirmaçãofoi feita hoje (14) pela médica sanitarista LígiaBahia, em entrevista ao programa Noticias da Manhã, daRádio Nacional.Segundo Lígia Bahia, que éprofessora do Laboratório de Economia e Política daSaúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), nestemomento, está sendo feito um esforço para reverter asituação, mas, para tanto, foi preciso que ela setornasse quase uma calamidade. “Um genocídio aconteceu no Pará esó depois foram tomadas medidas para reverter a situação”,afirmou a médica. Para Lígia, isso caracteriza umasituação de subdesenvolvimento no que diz respeito àsaúde. De acordo com ela, o Brasil tem conhecimento suficientepara evitar que essas tragédias ocorram na dimensãoque assumem no país. A professora disse que a primeira medida a sertomada em uma situação de crise é fecharimediatamente qualquer sinal de epidemia, e não ficar comdemagogia em torno da possibilidade de ser um caso isolado ou de nãoser uma epidemia. “Isso sempre retarda as medidas, inclusive as quenão são mais as preventivas para evitar que novos casosocorram”, garantiu.Ela apontou, entre as medidas pontuaisnecessárias, o controle mais rígido da segurançada gestão das ações de saúde e adisponibilidade de recursos. O problema é que o Brasil nãotem indicadores de saúde compatíveis com odesenvolvimento econômico do país, e a saúde nãotem a prioridade que deveria ter para o governo, afirmou.