Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente do Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo (Saesp), Reginaldo Alves de Souza, disse hoje (14), em entrevista coletiva convocada para tratar da situação de ex-funcionários da VarigLog, que a empresa demitiu 750 aeroviários e 650 deles ainda não receberam as indenizações a que têm direito.“As parcelas de 2006 e 2007 estão atrasadas e as famílias, que estão dependendo desses valores, estão passando por dificuldades sérias. Algumas, estão sendo despejadas e outras até perdendo a casa, por não poder pagar as parcelas”, disse Souza. Para tentar forçar a empresa a pagar as indenizações, representantes do sindicato devem pedir na Justiça a retirada dos valores necessários para a quitação desses valores devidos. “Se não conseguirmos, faremos uma paralisação pela falta de responsabilidade da VarigLog”, disse o sindicalistas. Segundo ele, também é desconfortável a situação dos aeroviários (funcionários do setor aéreo que trabalham em terra) que trabalham na empresa, que estão atravessando um momento em que são submetidos a pressões psicológicas e má-remuneração. “Há pressão para que as aeronaves sejam liberadas rapidamente pelos responsáveis pela operações de manutenção, tanto para diminuir o tempo dos aviões parados, por conta da busca pelo lucro, quanto para evitar que a companhia pague as taxas para a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária [Infraero]”, disse o presidente do sindicato.De acordo com Souza, o piso salarial de um mecânico de aeronaves é o de R$ 983,85, considerado defasado pelos profissionais que, para exercer a função, precisam ser qualificados por cursos homologados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Já o de auxiliar de mecânico gira em torno de R$ 666,20 e o de um agente de proteção de bagagem é de R$ 701,40. “Ou seja, um salário muito baixo para as funções e a pressão psicológica que os funcionários sofrem”, afirmou o presidente do Saesp.