Petroleiros paralisam atividades em 12 plataformas da Petrobras, calcula sindicato

14/07/2008 - 0h00

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A produção de petróleo está paralisada desde a madrugada de hoje (14) em 12 plataformas da Petrobras, na Bacia de Campos, norte do estado do Rio de Janeiro, segundo informou o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense. Nas outras 21 plataformas, do total de 33 que aderiram ao movimento, uma equipe de contingência mobilizada pela empresa assumiu o controle da produção. O diretor de Imprensa do Sindipetro Norte Fluminense, José Maria Rangel, disse que a empresa se recusa a desembarcar os petroleiros dessas unidades. "Essa equipe de contingência veio para furar a greve. Estamos solicitando o desembarque dos petroleiros, mas a empresa se recusa e eles estão sendo mantidos em cárcere privado", afirmou. De acordo com Rangel, com a paralisação, aproximadamente 450 mil barris deixarão de ser produzidos por dia. Se a adesão for total, nas 42 plataformas, a redução na produção ao fim de cinco dias (tempo definido para durar a greve) poderá chegar a 7,5 milhões de barris de petróleo.Ainda de acordo com o diretor do sindicato, a suspensão das atividades em algumas plataformas já causa reflexos. Segundo Rangel, uma unidade da Refinaria Duque de Caxias (Reduque), da Petrobras, teve que parar por falta de gás. Além disso, teria ocorrido falta do produto em termelétricas no estado. A Petrobras informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que, como a paralisação é por tempo determinado, não há risco de desabastecimento e que a empresa continua aberta à negociação. A assessoria negou que a greve tenha causado qualquer reflexo à produção de gás e petróleo. Na última sexta-feira (11), terminou sem sucesso a reunião entre representantes do sindicato e da Petrobras, mediada pelo Ministério Público do Trabalho, em busca de um acordo sobre a manutenção de um volume mínimo de produção para esta semana.No encontro, também não houve entendimento sobre a questão central que levou à deflagração da greve. A categoria reivindica remuneração pelo dia de saída da plataforma (15º dia). Atualmente, as equipes de petroleiros recebem por 14 dias em que ficam embarcados, em uma escala que prevê outros 21 de descanso.