Petroleiros admitem que Petrobras retomou produção, mas com risco

14/07/2008 - 16h04

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, José MariaRangel, admitiu hoje (14), ementrevista à Agência Brasil, que a Petrobras conseguiu, com a adoção doseu plano de contingência, retomar a operacionalidade de todas as plataformas daBacia de Campos e, conseqüentemente, também a produção de petróleo e gásnatural.Rangel, que é também diretor deImprensa da Federação Única dos Petroleiros (FUP), informou que, no início da greve, no primeiro minuto de hoje, a categoriachegou a paralisar as atividades em 33 das 42 plataformas da Petrobras, emCampos, interrompendo temporariamente a produção de cerca de 450 a 500 milbarris de petróleo – cerca de 30% da produção da província petrolífera, além deafetar “significativamente” a extração de gás natural.O coordenador-geral do sindicato informou ainda que, durante a madrugada, a Petrobras cortou o acesso à internet,interrompendo a comunicação entre os funcionários da estatal, o que levou osgrevistas a entregar a produção à estatal e solicitar desembarque.“Nós decidimos entregar a produção para o pessoal 'fura greve' [que integra o plano de contingência posto em prática pela Petrobras] esolicitar o seu desembarque das unidades”, disse  Rangel.Segundo o coordenador-geral do sindicato, no momento, a Petrobras já retomou aprodução de petróleo e gás natural em todas as plataformas da bacia de Campos.“A situação no momento é que a Petrobras já deve terretomando a sua produção de óleo e gás, em uma atitude que nós classificamoscomo irresponsável, porque essa retomada está se dando com umo efetivo bastantereduzido, inclusive ao que é exigido por ela mesma [a estatal] em seu plano deexcelência operacional”, disse o sindicalista.Rangel informou que este contingente mínimo desegurança varia de cada plataforma, mas adiantou que há plataformas operando com 30%de seu efetivo normal, “o que é um risco”.Segundo Rangel, a Petrobras, para dar continuidade àprodução, "vem mantendo funcionários em cárcere privado. São os trabalhadoresque compõem a brigada contra incêndio da companhia, e as tripulações dasbaleeiras”, garantiu ele.Em represália à atitude da Petrobras, o Sindicato do NorteFluminense está cortando as trocas de turno nos aeroportos de Campos e Macaé.Ele admitiu que a paralisação pode vir aganhar contorno nacional. “Nesta terça-feira [15] todos os sindicatos estarãoreunidos na sede da FUP, para avaliar o movimento, quando a Federação poderá, sim,decidir por um indicativo de união do movimento, o que resultaria em uma greve em nível nacional”, informou José Maria Rangel.