Leilão de boi pirata não teve lance por causa do preço, diz Minc

14/07/2008 - 16h55

Danilo Macedo e Luana Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília e Campinas (SP) - O leilão de3.500 cabeças de gado da raça nelore realizado hoje(14) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) terminou semque interessados apresentassem uma única oferta. Segundo oministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, “o problema não foia falta de comprador, mas o preço”. Os animais foram apreendidos na região deTerra do Meio, no Pará, e fazem parte da OperaçãoBoi Pirata, que começou no início de junho. O preçode abertura de todos os lotes somados foi de R$ 3,9 milhões,valor que teria inibido potenciais compradores. Minc, que participou hoje da 60ªReunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso daCiência, em Campinas, espera que, no segundo ou terceiroleilão, o rebanho dos “bois piratas” seja vendido. “Minhaesperança é que aconteça com o leilão doboi pirata o que aconteceu com o leilão do terreno daIngá Mercantil”, disse Minc, citando o caso de umdos maiores passivos ambientais do estado do Rio de Janeiro,arrematado pela Usiminas, no final de junho, por R$ 72 milhões, valor 40% inferior ao preço mínimo proposto.O próximo leilão do gado apreendidoestá marcado para a próxima segunda-feira (21). Emnota, o diretor de Proteção Ambiental do InstitutoBrasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis(Ibama), Flávio Montiel, afirmou que o resultado do leilãode hoje “fará com que haja um deságio no preçoinicialmente proposto”. O novo valor deve ser reavaliado portécnicos durante a semana, levando em consideração,entre outros itens, gastos com o deslocamento do gado da região.Na nota, o Ibama informa que o gado apreendidopermanece sob a guarda de policiais militares e que “quem arremataro 'boi pirata' terá segurança para retirá-lo daTerra do Meio”. O dinheiro arrecado com a venda dos animais serárevertido para as ações do programa Fome Zero, doMinistério do Desenvolvimento Social.