Juízes fazem ato de apoio a autor da ordem de prisão de Daniel Dantas

14/07/2008 - 13h12

Luiz Voltolini
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os juizes federais deSão Paulo fazem hoje (14), às 17 h, um ato dedesagravado em solidariedade ao juiz Fausto De Sanctis, da 6ªVara Federal Criminal de São Paulo, que decretou a prisãodo banqueiro Daniel Dantas, dono do Grupo Opportunity. O ato ocorreráem frente ao Fórum Criminal de São Paulo, na RuaMinistro Rocha Azevedo. No últimasexta-feira (11), 130 juízes federais da 3ª Região (SãoPaulo e Mato Grosso do Sul) assinaram um abaixo-assinado em que sediziam indignados com a atitude do presidente do Supremo TribunalFederal (STF), ministro Gilmar Mendes, de pedir ao Conselho Nacionalde Justiça, ao Conselho da Justiça Federal e àCorregedoria Geral da Justiça Federal da 3ª Regiãoque investigassem a decisão do juiz federal Fausto de Sanctis.O magistrado autorizoua prisão preventiva do banqueiro Daniel Dantas, investigado naOperação Satiagraha, da Polícia Federal, porsuposto envolvimento em crimes financeiros. Segundo o presidente daAssociação dos Juizes Federais de São Paulo,Ricardo de Castro Nascimento, o ato é espontâneo epoucos juízes que assinaram o manifesto devem estar presentes.Ele diz que a presença física talvez não sejaexpressiva, mas que a manifestação de aopio servirápara reforçar que um juiz não pode ser investigado poruma decisão. “Não temoshierarquia disciplinar nas decisões. O tribunal só tomaconhecimento da decisão de um juiz se só podereformá-la se houver recurso. A decisão de um juiz nãopode provocar uma investigação disciplinar, pois istotira independência”, afirmou o representante da Associaçãode juízes.Nascimento informouainda que não há intenção de entregar odocumento ao ministro Gilmar Mendes, que está em SãoPaulo. “É uma manifestação de solidariedade aojuiz Fausto De Sanctis, que servirá para divulgar ofuncionamento do poder judiciário. O juiz de primeirainstância está mais perto do fato. Os de alçadassuperiores estão mais distantes. Isso permite visõesdiferentes, o que reforça a democracia”, finalizou.