Greenhalgh reclama de conversas vazadas e diz não saber porque é investigado pela PF

14/07/2008 - 19h42

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em nota divulgada hoje (14),o ex-deputado federal e advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, que tem o banqueiro Daniel Dantas como cliente, disse desconhecer asrazões de seu envolvimento em investigações daPolícia Federal na Operação Satiagraha, decombate a crimes financeiros. “Só conheço osfatos pelo noticiário da imprensa. Até agora nãotive acesso aos autos e não sei porque sou investigado”,afirmou Greenhalgh. O advogado tambémcriticou a reprodução, em veículos de comunicação,de conversas dele em situações de exercícioprofissional: “A divulgação do conteúdo deminhas conversas telefônicas fere meu sigilo profissional epessoal, além do sigilo do inquérito policial. O maisgrave, no entanto, é que telefonemas corriqueiros e encontros,que não têm nenhuma ligação com o caso,passam a ser divulgados como se relacionados a ele”, afirmou o advogado na nota. Greenhalgh tambémnegou ter mantido qualquer conversa com o ex-ministro da Casa Civil,José Dirceu, sobre a situação do banqueiroDaniel Dantas. Ressaltou ainda cumprir uma agenda regular inerente àsexigências da profissão. “Não épossível classificar como ato ilícito o fato de umadvogado transitar nos tribunais, inferiores ou superiores, bem comonas delegacias, nos presídios, nos cartórios, emquaisquer dependências do serviço público. Issofaz parte da rotina diária de todo advogado”, argumentou Greenhalgh. Leia abaixo a íntegrada nota do advogado NOTA À IMPRENSA O noticiáriode hoje me obriga a vir a público novamente para dizer que nãoaceito que fatos e conversas de meu dia-a-dia sejam apontados comoilegalidades e sirvam para suportar teses infundadas a meu respeito.Por isso, passo a esclarecer: 1) Como já disse, fuicontratado por Daniel Dantas para prestar serviços comoadvogado, profissão que exerço há mais de 30anos. Minha atuação nesse caso, portanto, é a deadvogado.2) A divulgação do conteúdo deminhas conversas telefônicas fere meu sigilo profissional epessoal, além do sigilo do inquérito policial. O maisgrave, no entanto, é que telefonemas corriqueiros e encontros,que não têm nenhuma ligação com o caso,passam a ser divulgados como se relacionados a ele.3) Realmenteme encontrei com José Dirceu em um hangar da TAM em Brasília,no dia 9 de maio. Nunca tratamos sobre Dantas, nem nesse encontro,nem em outros. 4) Outra ilação absurda éfeita com base em uma conversa sobre honorários advocatíciosprovenientes de diversos clientes. Tudo registrado na contabilidadede meu escritório de advocacia, aplicado dentro do país,de forma legal e com o recolhimento de todos os tributos devidos.Isso não pode ser tido como suspeito de produto de crime. 5)Também não é possível classificar comoato ilícito o fato de um advogado transitar nos tribunais,inferiores ou superiores, bem como nas delegacias, nos presídios,nos cartórios, em quaisquer dependências do serviçopúblico. Isso faz parte da rotina diária de todoadvogado. Estes esclarecimentos são feitos sobre o queconheço dos fatos. E só conheço os fatos pelonoticiário da imprensa. Até agora não tiveacesso aos autos e não sei por que sou investigado. LuizEduardo Greenhalgh".