Gilberto Carvalho nega ter intercedido para atender Greenhalgh no Ministério da Justiça

14/07/2008 - 17h06

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula daSilva, Gilberto Carvalho, divulgou hoje (14) nota em que admite terconversado com o ex-deputado federal e advogado Luiz Eduardo Greenhalghsobre uma possível investigação de Humberto Braz, ligado ao grupodo banqueiro Daniel Dantas, preso pela Operação Satiagraha da PolíciaFederal. Negou, porém, que tenha recorrido junto ao Ministério da Justiça ou àPolícia Federal para atender qualquer pedido do advogado.O chefe de gabinete disse na nota que, no dia 28 de maio, oex-deputado informou-lhe que seu cliente Humberto Braz teria sidoseguido no Rio de Janeiro e abordado por um tenente da Polícia Militar,que estaria a serviço da Presidência da República. Carvalho dissetambém que não sabia quem era Braz. Carvalho afirma que procurou o Gabinete de SegurançaInstitucional da Presidência e ficou sabendo que o tenente "estavacredenciado pelo GSI", porém seu trabalho não tinha relação com Braz. Segundo  Carvalho, em seguida telefonou para Greenghalg e passou asinformações obtidas no GSI. Ele negou que tenha buscado mais detalhes comdiretor da  PF, Luiz Fernando Corrêa."Como já havia dado a informaçãoessencial ao advogado no que dizia respeito à segurança pessoal de seucliente, não fiz contato algum nem com o Ministério da Justiça nemcom a direção ou qualquer integrante da Polícia Federal, conforme jádeclarado pelas respectivas autoridades", disse Gilberto Carvalho, na nota. Na nota, Carvalho também  não menciona o nome do banqueiro Daniel Dantas. O presidente Lula está reunido agora com os ministros da coordenação política para discutir a operação da PF. Leia a íntegra da nota assinada pelo chefe de gabinete Gilberto Carvalho: "No dia 28 de maio, o Dr. Luiz Eduardo Greenhalghinformou-me que um cliente seu, Humberto Braz, cuja identidade atéentão eu desconhecia, fora seguido no Rio de Janeiro, após deixar osfilhos na escola, e que, interceptado pela Polícia do Rio, o condutordo carro que pretensamente lhe fazia a perseguição se apresentou comoTenente da Polícia Militar de Minas Gerais exibindo documentos quediziam estar a serviço da Presidência da República. Dr. Greenhalgh meindagou se procedia esta informação, uma vez que poderia se tratar detentativa de seqüestro comum, com uso de documentação falsa.Procurei o Gabinete de SegurançaInstitucional da Presidência. Fui informado de que o referido Tenenteestava credenciado pelo GSI, mas o trabalho que realizava nada tinha aver com o cidadão citado. Repassei pelo telefone esta informação ao Dr.Greenghalg, que na ocasião, pediu que eu obtivesse mais informaçõesjunto à Polícia Federal. Como já havia dado a informação essencial ao advogado no que dizia respeito à segurança pessoal de seu cliente, nãofiz contato algum nem com o Ministério da Justiça e nem com a direçãoou qualquer integrante da Polícia Federal, conforme já declarado pelasrespectivas Autoridades. Gilberto CarvalhoChefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República".