Falta de verba e de profissionais dificulta tratamento de doentes renais, diz associação

14/07/2008 - 5h50

Da Agência Brasil

Brasília - O aumento dos custos da diálise e onúmero reduzido de nefrologistas na rede pública dificultam o tratamento dosportadores de doença renal crônica, segundo o presidente da AssociaçãoBrasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), Paulo Luconi.A solução apresentada para osproblemas de assistência médica ao doente renal crônico no país, em especial afalta de diálise, é a regulamentação da Emenda 29 - que destina mais recursos para a saúde - e o aumento do orçamento para o setor. Luconi e o presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN),Jocemir Lugon, apresentaram a proposta durante reunião, na semana passada, com o secretário de Atenção à Saúde, José Carvalho de Noronha.Diálise é um tipo de tratamentoque visa repor as funções dos rins, retirando as substâncias tóxicas e oexcesso de água e sais minerais do organismo, estabelecendo assim uma novasituação de equilíbrio. Segundo os dois especialistas, em alguns casos, o paciente recebe a recomendação médicapara fazer a hemodiálise ou até mesmo o transplante, tudo depende do diagnóstico.Lugon explicou que os rins têm afunção de eliminar substâncias tóxicas do organismo por meio da urina.Participam também da excreção de água e de sais minerais, do controle da acidezdo sangue e da produção de hormônios. "Quando os rins sofrem de alguma doençacrônica que leve à perda de suas funções, dizemos que há insuficiência renalcrônica”.De acordo com Paulo Luconi, atualmenteexistem no Brasil cerca de 75 mil doentes renais crônicos, que dependem de diáliseou transplante para sobreviver. Diabetes, hipertensão e envelhecimento populacional são as principais causas -.“Esse número deve duplicar nos próximos quatro anos, pelo menos dois milhões debrasileiros apresentam algum grau de disfunção renal, mas 70% não sabem que têma doença”, explica Luconi.Incentivo à prevenção e maisdivulgação de informações sobre a doença renal crônica, com a identificação dos grupos derisco, foram outros pontos destacados na reunião com o secretário de Atençãoà Saúde, de acordo com Luconi e Lugon.