Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ComissãoParlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicaspoderá convocar para prestar depoimento o delegado da PolíciaFederal Protógenes Pinheiro de Queiroz, responsávelpelo inquérito da Operação Satiaghaha, e o juizda 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Fausto Martins De Sanctis,que decretou a prisão dos 17 suspeitos do suposto esquemachefiado pelo banqueiro Daniel Dantas. Os requerimentos paraa convocação do delegado e do juiz serãocolocados em votação amanhã (15) pelo presidente daCPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ). Itagiba tambémcolocará em votação os pedidos de convocação apresentados pelodeputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), na semana passada, do banqueiro Daniel Dantas, do investidor, Naji Nahas, e doex-ministro Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação da Presidência da República). Se os requerimentosforem aprovados, os convocados terão obrigaçãode comparecer à CPI. O presidente da comissão disse que conversou com o juiz Fausto De Sanctis, na semana passada, e que ele teria secolocado à disposição para prestaresclarecimentos à CPI. De acordo com Itagiba, o foco dos questionamentos a serem feitos ao juiz e ao delegado,pela CPI, será a suspeita de realização deinterceptação telefônica ilegal pelos acusados.“Queremos saber se os suspeitos cometeram o crime de interceptaçãoilegal”, disse o deputado Marcelo Itagiba. A mira da CPI éa acusação de que Daniel Dantas teria contratado aempresa americana Kroll para espionar autoridades brasileiras na faseque antecedeu a mudança de controle acionário da BrasilTelecom. Um dos grampeados teria sido o ministro Gushiken. Jáa convocação de Nahas está ligada àdenúncia de que a Telecom Itália teria pago propina aautoridades brasileiras por meio do investidor, que trabalhava comoconsultor da empresa. A suspeita da PolíciaFederal é de que Nahas teria sido o responsável porreceber o dinheiro e distribui-lo para as autoridades brasileiras. Odeputado Fruet também pediu que a Câmara dos Deputadosencabece um pedido, por meio de canal diplomático, para que adenúncia de pagamento de propina, feita à Justiçada Itália, seja encaminhada ao Brasil. O deputado solicitou diretamente à Kroll informações sobre a atuaçãoda empresa no Brasil. Ele quer que a empresa forneça seus relatórios sobre as investigaçõesno Brasil. O outro pedido foi endereçado à PolíciaFederal, solicitando documentos apreendidos em diligências aosescritórios da Kroll, durante a Operação Chacal.