Amorim diz que crise mundial de alimentos poderia facilitar Rodada Doha

14/07/2008 - 20h31

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro das RelaçõesExteriores, Celso Amorim, disse hoje (14) que a crise mundial dealimentos deveria facilitar as negociações da RodadaDoha na Organização Mundial do Comércio (OMC).“Uma das razões principais da crise de alimentos é aexistência de subsídios, que impedem a produçãodos países mais pobres”, afirmou.Segundo Amorim, “ossubsídios são enganosos porque criam uma vantagem, àsvezes no curto prazo, barateando o preço dos alimentos, masinviabilizam a produção dos países mais pobres.Com isso, no longo prazo, contribuem para a escassez de alimentos”.O ministro disse que“se os políticos fossem racionais” a crise deveriacontribuir para um acordo no âmbito da OMC entre paísesdesenvolvidos e em desenvolvimento. Amorim disse que pelolado brasileiro e do Mercosul pode assegurar a racionalidade dospolíticos. “Eu posso falar por ele [Lula]. Ospresidentes do Mercosul são racionais. Agora, pelos outros eunão posso falar”.O ministro lembrou ocaso do Haiti, que produzia arroz, e foi convencido que era melhorcomprar arroz subsidiado atendendo a uma recomendaçãodo Fundo Monetário Internacional (FMI), porque faria baixar ocusto. “Hoje, ele não produz arroz”, disse. O ministro Celso Amorimpresidiu hoje uma reunião de ministros do Mercosul sobre aRodada Doha. Os pontos acordadosserão apresentados na Reunião Ministerial Informal daOMC, marcada para o dia 21 deste mês em Genebra, na Suíça.