Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro doPlanejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, dissehoje (10) que o Brasil pode conseguir fechar, nos próximoscinco anos, acordos em torno de uma proposta de reforma políticacapaz de consolidar o regime democrático no país.Segundo ele, as mudanças poderiam evitar a necessidade deoperações como a Satiagraha, em que a PolíciaFederal prendeu vários suspeitos de crimes financeiros, entre eles obanqueiro Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity. Paulo Bernardo fez o comentário logo depoisde participar do encontro O Impacto do Brasil no CenárioGlobal, promovido pela Sociedade Americana (Americas Society) e peloConselho das Américas (Council of The Américas), emconjunto com o Movimento Brasil Competitivo (MBC). “É um tema espinhoso, por serinfluenciado pelas questões conjunturais. Quando vai se fazera reforma política, a primeira coisa que os políticosolham é se a reforma vai ser boa ou ruim para os seusinteresses ou partidos”, afirmou o ministro. Para ele, nãose deve fazer esse tipo de raciocínio e sim propor medidascapazes de recuperar a condição do funcionamento plenodas instituições democráticas. Nesse caminho,disse ele, o país tem avançado muito, mas precisoaprimorar as conquistas obtidas.O ministro disse que a reforma política éinterativa. Enquanto a reforma não sai, questionou, “vamosfazer o quê? Olhar a Polícia Federal prender genteacusada de fraude em licitação, acusada de desvio deverba pública – o que não é razoável –ou vamos fazer a reforma política?”Em discurso durante o encontro, Paulo Bernardocomentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convite do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para que ambostentem articular uma forma de engajamento, visando ao desenho de umaampla reforma “modernizadora da política brasileira”.