Jurista questiona concessão de habeas corpus ao banqueiro Daniel Dantas

10/07/2008 - 0h46

Ivan Richard e José Donizete de Lima
Repórteres da Empresa Brasil de Comunicação
Brasília e São Paulo - Ojurista Dalmo de Abreu Dallari questionou hoje (10) a decisãodo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro GilmarMendes, de conceder habeas corpus ao banqueiro Daniel Dantas,dono do Banco Opportunity, um dos presos durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Para Dallari, ao tomar a decisão, o ministro não levou emconta dois aspectos importantes: a necessidade de se proteger as provase que, para prendê-lo novamente, a Polícia Federalterá que obter novas provas.“Aprisão temporária se dá para impedir que o réuinterfira na coleta de provas ou fuja do país, comoocorreu com o banqueiro Salvatore Cacciola. Para voltar a prender osacusados, a Polícia Federal terá de constituir novasprovas e pedir nova prisão”, explicou DalmoDallari.O jurista esclareceu que a decisão de conceder o habeas corpus não foi do plenário do STF, mas sim um posicionamento individual do ministro Gilmar Mendes. Dallari afirmou que o presidente do STF pode tomar essa decisão sozinho, uma vez que a Corte está em recesso.Ojurista também disse ter estranhado as críticas de Gilmar Mendes sobre aação da Polícia Federal. Para o presidente do STF, houve "espetacularização das prisões”. Na avaliação de Dalmo Dallari, essa manifestação não chegou a ser um pré-julgamento,mas a “atitude fugiu do perfil que se espera do Judiciário”.Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Federal, Daniel Dantas foi solto na manhã de hoje.