Empresário reconhece influência de advogado para "abrir portas" na venda da Varig

03/07/2008 - 13h43

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O empresárioMarco Antônio Audi admitiu hoje (3), em depoimento àComissão de Infra-Estrutura do Senado, que o advogado RobertoTeixeira usava a proximidade que tem com o presidente Luiz InácioLula da Silva para "abrir portas" em casos e negóciospróprios. Lula é padrinho da filha de Teixeira, ValeskaTeixeira. Ela, segundo Audi, chama publicamente o presidente de"dindo"."Ele realmente usaum tom ameaçador. A Valeska usa também. Ela pega otelefone e diz que vai passar o fim-de-semana na casa do dindo, opresidente Lula", disse. “Eles usam o nome do presidente, elestêm o mesmo grau de intimidação, usam muito maiso segundo e terceiro escalão para abrir portas, nãodá para negar isso", completou.Audi afirmou que oTeixeira e Valeska sempre "usam o nome do presidente". "Elesempre falou que era amigo do presidente Lula", afirmou. A declaraçãoé uma contradição ao depoimento de Audi, que,inicialmente havia dito desconhecer que Teixeira é compadre deLula, ao contratá-lo para atuar nas negociaçõesda venda da Varig. "Acho que a proximidade dele com o poder podetê-lo ajudado a conseguir seus objetivos", ressaltou. Elenega que tenha se valido da proximidade de Teixeira com o Paláciodo Planalto agilizar a venda da Varig, comprada pela empresa da qualera sócio, a VoLo do Brasil.Marco Antônioainda se colocou à disposição para uma acareaçãocom Roberto Teixeira a fim de comprovar a veracidade dasinformações. Teixeira, em carta enviada àComissão, classificou Marco Antônio de criminoso e negouque tenha se beneficiado com o caso.A Comissão deInfra-Estrutura aprovou requerimento convocando Valeska Teixeira e omarido dela, Cristiano, para depor.