Curso capacitará no Rio jovens em situação de risco no ramo da joalheria

03/07/2008 - 17h39

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Jovens em situação de risco de comunidades carentes do Rio poderão se especializar, a partir de agora,  no ramo da joalheria. A participação deles no programa Primeiro Emprego para o Setor Joalheiro será viabilizada pela parceria firmada entre a Associação  dos Joalheiros e Relojoeiros do Estado do Rio de Janeiro (Ajorio) e o Serviço Nacional do Comércio (Senac),

Inédito no país, o programa é parte do Portal do Futuro, do Senac Rio. O objetivo é atender à demanda de profissionais capacitados no setor joalheiro, que surgiu com a abertura de shopping centers no estado do Rio, principalmente na zona oeste da capital e na Baixada Fluminense.

Segundo a presidente da Ajorio, Carla Pinheiro, caberá ao Senac Rio selecionar os 35 jovens e adolescentes participantes do primeiro curso, que começa no dia 28 deste mês e terá quatro meses de duração. Os candidatos deverão ter de 16 a 21 anos, estar cursando no mínimo o 3º ano do ensino médio e morar, preferencialmente, na zona oeste do Rio.

Carla explicou que o treinamento que já existe no Senac vai ser adaptado para o setor joalheiro. "E o jovem já sairá [do curso] podendo ingressar no comércio voltado para o setor joalheiro, ou seja, nas joalherias”. Para ela, trata-se de uma iniciativa inovadora: “É uma quebra enorme de paradigma colocar jovens com risco de exclusão social para trabalhar em joalherias, área que requer alta segurança e confiabilidade.”

Para Carla, a medida será boa tanto para os jovens quanto para o comércio de jóias. Ela disse que haverá renovação na mão-de-obra do setor e, que para o jovem, perspectivas de carreira.

Em conjunto com o Senac Rio, informou Carla Pinheiro, a Ajorio elabora um projeto que visa ao fortalecimento e aumento da competitividade no setor. O projeto Superação terá dois módulos: um de gestão, destinado ao dono do negócio e a gerentes de lojas, e outro operacional, voltado para gerentes e vendedores. De acordo com a presidente da Ajorio, o setor joalheiro não tem centros de formação. "Como é um setor familiar, de pequenas empresas, com estruturas que passam de pai para filho,  queremos profissionalizar tanto a gestão como os pontos de venda. Abrir os horizontes e fazer com que o empresário compre essa idéia da formação acadêmica e do plano de carreira dentro da joalheria e do seu próprio negócio.” Segundo Carla,  hoje já existem cursos de nível superior no Brasil para a área de design, mas não para gestão.