Bancos precisam facilitar acesso ao crédito para agricultores familiares, diz associação

03/07/2008 - 17h54

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Para que o créditodestinado à agricultura familiar chegue efetivamente aospequenos produtores, é necessário uma desburocratizaçãodos agentes financeiros. A afirmação foi feita hoje (3)pelo presidente da Associação Brasileira das EntidadesEstaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural(Asbraer), José Silva Soares, durante o lançamento doPlano Safra Mais Alimentos, no Museu da República, emBrasília."Para desburocratizar, énecessário que os agentes financeiros tenham maior interaçãocom as organizações de produtores, com as empresas deassistência técnica e de extensão rural e,principalmente, que haja decisão política nas agências,para que, definitivamente, coloquem mais funcionários paraatender os agricultores", afirmou Soares. Pessoas do setor dizemque muitas vezes os projetos são elaborados e apresentados,mas os bancos demoram muito para liberar os recursos.Oobjetivo principal do plano anunciado hoje é dobrar a produçãode cada agricultor familiar, afirmou o presidente Luiz InácioLula da Silva. Segundo ele, isso ampliaria a oferta de alimentos nopaís e poderia conter a alta dos preços no mercadointerno.Para alcançar ameta estipulada de produzir 18 milhões de toneladas deexcedente de alimentos, o orçamento do programa para a safra2008/2009 é de R$ 6 bilhões, cerca de 46% do créditototal destinado pelo governo para a agricultura familiar nesseperíodo, que será de R$ 13 bilhões.Soares,que também é presidente da Emater de Minas Gerais,disse que, além de agilizar a liberação dosrecursos disponíveis, é preciso fortalecer os serviçosde assistência técnica e extensão rural, melhorara infra-estrutura e investir em conhecimento. Para satisfazer oprimeiro ponto, o Mais Alimentos prevê ampliaçãodos serviços de Assistência Técnica e ExtensãoRural (Ater), com aumento do número de funcionários edos recursos, que passam de R$ 168 milhões, em 2007, para R$397 milhões neste ano.Hoje, esses serviçoscontam com 20 mil técnicos. Desse total, 16.600 são dasempresas estaduais de assistência técnica e extensãorural, com escritórios em 4.596 municípios, e 3.400 deoutras empresas e organizações não-governamentais(ONGs). Até 2010, o programa estima que 30 mil técnicosestejam trabalhando no apoio aos agricultores familiares.“A Emater tem umpapel desde a organização dos agricultores, oplanejamento das atividades, o acompanhamento e o monitoramento. Eutenho certeza de que sem a extensão rural e sem a Emater nosestados, este plano não terá sucesso", reforçouSoares.