Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Membros de associaçõesque representam instituições privadas de ensinosuperior reuniram-se hoje (2) com o ministro da Educação,Fernando Haddad, e o secretário de Ensino Superior, RonaldoMota, para discutir a avaliação e a regulamentaçãodo setor. Recentemente, o Ministério da Educação(MEC) intensificou a fiscalização de cursosde medicina e determinouo fechamento de faculdades de direito.O presidente daAssociação Nacional das Universidades Particulares(Anup), Abib Cury, disse que o encontro foi positivo e serviu paraaprofundar o debate sobre os critérios de avaliaçãodos cursos superiores. “Queremos avaliação, ela énecessária, mas é preciso que seja feita de comumacordo para que não haja excessos de ambas as partes”,afirmou Cury, em entrevista à Agência Brasil.Em manifesto divulgado hoje na página da associaçãona internet, as entidades criticam o uso dos resultados doExame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) como únicoindicador de qualidade, porque “quebra a visão sistêmicada avaliação”.Cury ressaltou que asinstituições privadas e o MEC trabalharãojuntos, com reuniões mensais. “Queremos ser parceiros [doMEC], para melhorar essas avaliações. O MEC regula,mas, para nós, a regulação estava sendo difícilde ser aplicada e de entender. Escola ruim deve ser fechada – nóspensamos da mesma forma que eles, mas na hora de regular de cima parabaixo eles podem acabar cometendo injustiças.”Osecretário Ronaldo Mota lembrou que, de acordo com o Artigo209 da Constituição Federal, o ensino no Brasil élivre para a inciativa privada, desde que sejam atendidas as normas eos processos avaliativos e autorizativos feitos pelo poder público.“A reunião serviu para reafirmar essa posição.Os dois grupos podem ter divergências, mas temos muitos pontosem comum. E houve uma boa concordância da necessidade de opoder público cumprir o seu papel ”, avaliou.