Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os anfitriões da Festa Literária Internacional deParaty (Flip), os moradores da cidade - que fica no litoral sulfluminense - também têm histórias para contar. Em atividades paralelasà programação da festa, lançam livros sobre suas tradições ehomenageiam seus escritores. Enquanto Machado de Assis é a principal atração docircuito oficial, o escritor paratiense Jorginho Miguel é o destaque doroteiro alternativo. Ele foi escolhido pela identidade com a cultura dacidade e por registrar com riqueza "os mitos" do local.Outros dois escritores paratienses aproveitam paralançar suas obras. Do escritor Themiltom Tavares o destaque é olivro de ficção Trindade e do poeta Flávio Araújo, Zangareio. “A obra de Araújo traz na poesia a perspectiva de umcaiçara, que ele é – um tipo humano que vive no litoral. Uma mistura deíndio, negro e português. O ponto de vista dele é diferente do daspessoas da cidade”, disse a organizadora do roteiro alternativo OFFFlip, Lia Capovilla.Além de abrigar um centro histórico com antigoscasarões, a cidade de Paraty possui praias e cachoeiras, além de duasaldeias indígenas guaranis (Araponga e Parati-Mirim) e uma comunidaderemanescente de quilombo (Campinho da Independência). Na OFF Flip, os quilombolas farão apresentações de dança típica, o jongo, e demonstrarão, na própria comunidade (a 17quilômetros do centro), a produção artesanal de farinha. Dos indígenas, além da mostra de artesanato, haverálançamento de um livro sobre lendas guaranis. A compilação é daescritora Patrícia Solare. Para a organizadora do roteiro alternativo, LiaCapovilla, moradora da cidade há 16 anos, a participação da comunidadede Paraty na Flip é uma oportunidade de apresentar aos visitantes osartistas da cidade. “O objetivo é criar uma participação maior daspessoas da cidade, que têm a oportunidade de apresentar suasmanifestações culturais e reforçar sua identidade”, destacou.