Governo colombiano resgata Ingrid Betancourt e outros reféns das Farc

02/07/2008 - 16h48

Ana Luiza Zenker e Julio Cruz Neto
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manoel Santos, informou há pouco que Ingrid Betancourt foi resgatada em uma operação militar do governo. Junto com a ex-candidata à Presidência colombiana, foram resgatados três norte-americanos e  11 militares colombianos que também eram reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Posteriormente, imagens de tevê confirmaram o fato.Betancourt vivia em poder da guerrilha há seis anos, desde 20 de fevereiro de 2002, e estava com a saúde debilitada. Com nacionalidades colombiana e francesa, ela era a refém mais importante das Farc e compunha, ao lado de outras 38 pessoas, o grupo de reféns considerados passíveis de troca em um acordo humanitário entre governo e guerrilheiros, segundo a BBC Brasil.Em abril, em meio a relatos sobre o seu frágil estado de saúde, chegou-se a especular que Betancourt poderia estar morta. Na época, ela apareceu em um vídeo com semblante fraco e doente. Na ocasião, o governo brasileiro publicou um apelo formal pela libertação dela. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia declarado “solidariedade irrestrita” aos pedidos de libertação feitos pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy.O fato foi noticiado com destaque e uma grandefoto de Ingrid no site do governo colombiano. Texto ali publicadoinforma que as Forças Armadas se infiltraram no secretariadodas Farc e conseguiram transportar os reféns para o sul dopaís, onde supostamente ficariam sob a tutela de ‘AlfonsoCano’, que comanda a guerrilha desde a morte de Manuel MarulandaVélez.Segundo o governo, os seqüestrados foramrecolhidos por um helicóptero de uma organizaçãofictícia, que na verdade era do Exército e tripuladopor membros da inteligência colombiana. Um sujeito apelidado de‘César’ e outro membro da guerrilha teriam sidoneutralizados no helicóptero e serão entregues àsautoridades judiciais, para serem processados.O governoinforma que decidiu não atacar 'César', nem outrosguerrilheiros envolvidos na operação, na expectativa deque as Farc soltem os demais seqüestrados, emreciprocidade.Segundo a Fundação PaísLivre, na Colômbia estão seqüestradas atualmentecerca de 3.200 pessoas, 770 delas nas mãos das Farc, 400 doExército de Libertação Nacional (ELN), 250 dosparamilitares e o restante de outros grupos.Além deIngrid Betancourt, foram libertados os norte-americanos KeithStansell, Thomas Howes e Marc Gonsalves e 11 militares colombianos:Juan Carlos Bermeo, Raimundo Malagón, José RicardoMarulanda, William Pérez, Erasmo Romero, José MiguelArteaga, Armando Flórez, todos do Exército, JulioBuitrago, Armando Castellanos, Vaney Rodríguez e John JairoDurán, estes da polícia."Estão livres, sãos e salvos", afirmou o ministro. "Esta operação nãotem precedentes".