Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Federação Brasileirade Bancos ( Febraban) lançou hoje (2) o Programa deCapacitação Profissional e Inclusão de Pessoascom Deficiência no Setor Bancário. O objetivo do projetoé permitir o aprimoramento educacional e a capacitaçãoprofissional de pessoas com deficiência para incluí-lasno mercado de trabalho bancário. Segundo o diretor de RelaçõesInstitucionais da Febraban, Mário Sérgio Vasconcelos,com o programa, a instituição busca ofereceroportunidades iguais a todos os que desejam trabalhar no setorbancário e garantir mais diversidade no quadro das empresas. A idéia de desenvolver o projeto surgiu hádois anos, quando a Febraban trabalhou com portadores de deficiênciaauditiva e visual e ,depois de uma pesquisa, constatou a falta deescolaridade desse grupo. “Como existe uma exigência deescolaridade de, pelo menos, segundo grau completo, essas pessoas nãoatenderiam os pré-requisitos para trabalhar nos bancos”,disse Vasconcelos. Há um ano, lembrou Vasconcelos, a Febrabantrabalhou com 1.000 portadores de deficiência que fizeramcursos de qualificação, mas o nível deaproveitamento foi mais baixo do que o esperado, devido àescolaridade insuficiente para acompanhar os cursos. “Tivemos quedar um passo atrás e criar esse programa com a preparaçãoe complementação escolar das pessoas com deficiência,antes de fazer a qualificação, para que eles exerçamum cargo dentro dos bancos.”O programa é destinado a pessoas com idadea partir de 18 anos, portadoras de deficiência auditiva ouvisual, com ensino médio completo ou não. Os quetiverem o ensino médio completo vão participar de umcurso de aprimoramento educacional durante três meses e deoutro de qualificação profissional, de mais trêsmeses. Já trabalhando em instituições bancárias,essas pessoas terão mais dois meses de acompanhamento. As pessoas que não tiverem completado oensino médio terão à disposição osupletivo de 12 meses e, em seguida, a qualificação e oacompanhamento no trabalho. A prefeitura de São Paulo apoiará oprojeto com os centros de apoio ao trabalhador e os bancos de dados,uma universidade, um cursinho e a assessoria de uma consultoria. Oprocesso seletivo começará com a avaliaçãodos currículos, validação de laudos técnicos,dinâmicas de grupo e as entrevistas. “Esperamos recrutar,entre julho e outubro, 529 pessoas que vão começar seutreinamento já contratadas pelo banco. Serão bancáriosno banco escolar.” Vasconcelos informou que seis portadores dedeficiência já são contratadas em bancos, ocorrespondente a 2,5% do total de vagas disponíveis nasinstituições privadas, mas é preciso chegar a 5%para estar de acordo com a legislação. Para ele, essenúmero pode ser considerado bom, porque já émais alto do que há dois anos, embora ainda seja baixo.“Precisamos de mais do que isso. Temos aproximadamente 6 mil vagasainda, mas acontece que não se encontram no mercado pessoascom a formação e a qualificaçãonecessárias para ocupar os cargos básicos nos bancos.”Na opinião de Vasconcelos, a maior vantagemdo programa é que as pessoas já começam o cursocontratadas, com todos os direitos, benefícios e obrigaçõesda convenção coletiva de trabalho do setor bancário.“Dando certo multiplicaremos isso”, afirmou. As aulasdevem começar no início do ano letivo e as inscriçõespodem ser feitas nos centros de apoio ao trabalhador ou mediante oenvio de e-mail para oportunidade@isocial.org.br.Além de documentos de identidade e carteira profissional, oscandidatos devem apresentar laudo médico com o CID (CódigoInternacional de Doenças).