Desaquecimento da economia global pode afetar Brasil, diz presidente do BNDES

02/07/2008 - 20h51

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do BancoNacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), LucianoCoutinho, acredita que a desaceleração da economiamundial poderá influenciar o comportamento da economiabrasileira, que, em 2009, poderá ter o seu crescimentoencolhido para algo em torno de 4%.Na avaliaçãodo presidente do BNDES, ainda não é possívelprecisar a intensidade do desaquecimento da economia global, atéporque as perspectivas mudam muito.Para ele, no entanto, édifícil prever, com exatidão, a dimensão doimpacto da recessão norte-americana em economias de paísescomo a Ásia, por exemplo.Coutinho advertiu que épreciso esperar um pouco mais para fazer projeções maisconfiáveis. “Se tivermos um cenário menosdesfavorável, externamente, nós poderemos manter umcrescimento em torno de 4,5% a 5%. Mas acho que a tendência éde um pouco de desaceleração. Agora, é muitodifícil projetar isto neste momento. É preciso aguardarum pouco mais o andamento da atividade econômica mundial parafazermos projeções”, avaliou. Sobre o comportamentodo consumo aparente de bens de capital – que é calculado combase na produção mais importação,descontada a exportação - o presidente do BNDES disseacreditar que feche os 12 meses encerrados em junho em 19,8%.Para ele, no entanto,um crescimento dos investimentos em torno dos 12% ao ano écompatível com a meta do governo de elevar a taxa deinvestimento da economia do país para 21% do Produto InternoBruto (PIB), em 2010.O superintendente daárea de Pesquisa Econômica do BNDES, Ernani TeixeiraTorres, disse que o banco não tem qualquer indicativo de que opaís possa vir a fechar o ano com crescimento inferior aos 5%previstos pelo governo.“Até estemomento, não tem uma indicação de que, para2008, a economia vá ficar abaixo dos 5,5% que nósprevimos. A partir da virada do semestre, com a divulgaçãodos dados de julho, nós vamos poder avaliar melhor para saberse mantemos a previsão ou se a reavaliamos para baixo. Dequalquer maneira, o movimento de deterioração dainflação, que é o que está em jogo, émuito recente. Ele foi muito rápido. Em janeiro ninguémestava percebendo uma inflação tão forte e éum fato que se dá em todo o mundo. Provavelmente algum impactohaverá, mas em 2009 provavelmente", previu Torres. Eleacredita que o crescimento deva ficar acima dos 5% este ano.