Amorim diz que libertação de Ingrid Betancourt enfraquece as Farc

02/07/2008 - 20h50

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com a libertaçãoda ex-candidata à Presidência da Colômbia IngridBetancourt, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, avaliou que as Forças ArmadasRevolucionárias da Colômbia (Farc) estão maisenfraquecidas.“Não hámenor dúvida que as Farc estão enfraquecidas, jáestavam. Esse episódio demonstra mais ainda. É umasucessão de episódios que vão neste sentido.Como você termina integralmente com um movimento deste éalgo mais complexo, que talvez exija negociação emalgum momento”, disse o ministro Celso Amorim. Com nacionalidadescolombiana e francesa, Betancourt era a refém mais importantedas Farc, e compunha, ao lado de outras 38 pessoas, o grupo de refénsconsiderados passíveis de troca em um acordo humanitárioentre governo e guerrilheiros, segundo a BBC Brasil.Celso Amorim passou odia no Palácio do Planalto acompanhando reuniões dopresidente Luiz Inácio Lula da Silva com autoridadesestrangeiras. De acordo com o ministro, foi durante um encontro deLula com o membro do Comitê Permanente do Bureau Políticodo Comitê Central do Partido Comunista da China, He Guoqiang,que chegou a notícia da libertação por meio detelefonemas e bilhetes.Amorim disse que Lulanão falou com o presidente da Colômbia, ÁlvaroUribe, mas que a conversa deve ocorrer nos próximos dias.Segundo o ministro, ogoverno de Uribe já demonstrou várias vezes disposiçãoem conceder aos guerrilheiros as mesmas garantias dadas aosparamilitares, caso decidissem abandonar a luta armada. Na avaliaçãodo ministro, com esse gesto é possível que se abraprocesso para a pacificação do país. O ministro Celso Amorimrelembrou que durante todo o período de negociaçãopara a libertação de Betancourt o Brasil sempre semostrou disposto em ajudar. Amorim contou que há 15 dias,quando esteve em Paris, o governo francês falou sobrepossibilidade de o Brasil ajudar no diálogo com as Farc.Amorim respondeu, na época, que o Brasil queria colaborar,porém não tinha contatos com a guerrilha. O ministro felicitou ogoverno colombiano por conseguir libertar a ex-candidata sem registrode mortes. Questionado se ogoverno brasileiro sabia da existência de militares colombianosinfiltrados nas Farc, o ministro respondeu que essa sempre foi “umadas hipóteses possíveis de ocorrer”, mas que aestratégia foi guardada em segredo.