Temporão apóia lei que pune com prisão motoristas que dirigem bêbados

24/06/2008 - 22h21

Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Saúde, JoséGomes Temporão, manifestou na noite de hoje (24) seu apoio ànova lei de tolerância quase zero com os motoristas flagradosbêbados ao volante: “Como médico, diria que, quando opaciente está numa situação crítica,quase morrendo, temos que usar todos os recursos. Acho que o Brasil ea sociedade brasileira estão sofrendo de uma grave doença– violência urbana, violência no trânsito. Trintae três mil óbitos por ano supera o número deóbitos em qualquer guerra e pelo menos a metade dessas mortesrelacionadas com o álcool. É um remédio amargo?É . Existem polêmicas? Sim. Mas a gravidade da situaçãoexigiu, e a definição foi do Congresso Nacional, umaintervenção mais forte”.A declaraçãofoi feita após o ministro da Saúde participar doCongresso Brasileiro de Atenção às Urgênciase 2º Congresso da Rede Nacional Samu 192, no Centro deConvenções Ulysses Guimarães, em Brasília.Ao falar sobre o limite de tolerânciade 2 decigramas por litro de sangue do motorista - acima do qual elepode ser preso, ter as carteira suspensa por um ano e o veículoapreendido, além de ser multado em R$ 955 -,o ministro disseque isso pode variar de pessoa para pessoa: “Se vocêperguntar a um especialista se determinado nível de consumo deálcool vai afetar os reflexos e a capacidade de dirigir, eledirá: depende da pessoa. Para uns, uma taça de vinhopode não ter nenhuma interferência e para outros podeter uma grande interferência”.Por essa razão,segundo o ministro, mesmo pecando por excesso, eventualmente, “eufico mais confortável nessa situação, porque umagrande virtude nessa decisão é que ela estálevantando um grande debate na sociedade brasileira: estáchamando a atenção para esse problema gravíssimo[os acidentes de trânsito], que causa morte, dor,devasta famílias e custa R$ 20 bilhões por ano ao país.Então, eu prefiro pecar por excesso, mas salvar o paciente”.