Sociedade entre Petrobras e petrolífera venezuelana deve ser adiada mais uma vez

25/06/2008 - 15h27

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A sociedade entre aPetrobras e a petrolífera venezuelana PDVSA na Refinaria Abreue Lima, no Complexo Aeroportuário de Suape, em Pernambuco,deve ser mais uma vez adiada. A parceria vem sendo negociada desde2005 e a expectativa dos dois governos era anunciar o negóciona próxima sexta-feira (27), durante reunião dospresidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez ,em Caracas. “O Brasil estáapressado em avançar nesta constituição. Atéo momento, ainda é necessário elaborar os estatutos, oacordo de acionistas e o contrato de compra venda de petróleo”,informou nesta quarta-feira (25) o porta-voz da Presidência daRepública, Marcelo Baumbach.Enquanto as negociaçõesprosseguem, a Petrobras decidiu começar sozinha as obras emsetembro do ano passado. Em dezembro, em encontro bilateral nacapital venezuelana, Lula e Chávez tentaram impulsionar ajoint venture, mas o máximo que conseguiram foi adefinição da participação acionáriada futura parceria com 60% da Petrobras e 40% da petrolíferavenezuelana.O contrato deveria serassinado em março, durante encontro dos presidentes em Recife.Mas novamente não saiu. Após visitaconjunta ao canteiro de obras da refinaria, o máximo que ospresidentes conseguiram foi o anúncio de um acordo deassociação entre as duas empresas, com as bases geraisde uma futura sociedade. O acordo de acionistase o estatuto da empresa conjunta seriam definidos nos dois mesesseguintes para assinatura do contrato agora, na reuniãopresidencial de Caracas.A negociaçãoocorre em paralelo às conversações sobre aparticipação societária da Petrobras naexploração e produção de petróleopesado no campo de Carabobo 1, na faixa do Rio Orinoco, na Venezuela.Inicialmente, a empresabrasileira exigia participação acionária inversaà prevista para a Refinaria Abreu e Lima – 40% para aPetrobras e 60% para a PDVSA. Na reunião deRecife, porém, a Petrobras informou que estuda umaparticipação de, no máximo, 10% em Carabobo.Enquanto a sociedadenão se concretiza, a Petrobras já anunciou que estádisposta a continuar sozinha no projeto de cerca de US$ 4,05 bilhões,com previsão de início das operações nosegundo semestre de 2010. A partir de 2011,operando em carga plena, a Refinaria Abreu e Lima terácapacidade de processamento de 200 mil barris de petróleopesado por dia – 100 mil do campo de Carabobo 1, e outros 100 milde Marlim Sul, na Bacia de Campos. Cerca de 70% daprodução serão de diesel, derivado de maiorconsumo no país hoje. A produçãose destinará basicamente aos mercados do Norte e Nordeste:norte de Alagoas, Paraíba, interior de Pernambuco, norte daBahia e por navio Ceará, Pará e Maranhão,podendo chegar ao Centro-Oeste por São Luís, noMaranhão.