Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cinco novos projetos de investimento em infra-estrutura no Paraguai serão financiados pelo Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem). As obras, que incluem de pavimentação de estradas a tratamento de água, custrarão US$ 23,7 milhões – 15% de contrapartida paraguaia e o restante com recursos do Focem.As ações serão aprovadas formalmente pelo Conselho do Mercado Comum (CMC), na próxima segunda-feira (30). No dia seguinte (1º), serão anunciadas durante a 35ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e dos Estados Associados, em San Miguel de Tucumán, na Argentina. O maior volume de recursos será aplicado em um projeto para acesso a água potável e saneamento básico em comunidades em situação de pobreza e extrema pobreza, com investimento total de US$ 7,5 milhões.Também será destinado US$ 1,3 milhão para o desenvolvimento de produtos turísticos na rota Iguassu -Missiones. Os recursos serão investidos na parte paraguaia do roteiro, que passa por Brasil, Argentina e Paraguai e conta com nove patrimônios da humanidade.Outro projeto prevê US$ 5,8 milhões para a pavimentação asfáltica de um trecho da Rota 6 – o corredor de integração que liga Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu, no Paraná, a Encarnación. Também estão previstos US$ 5,1 milhões para a pavimentação asfáltica do corredor de integração regional Itacurubi de la Cordillera, na zona de Valenzuela. Por fim, US$ 4 milhões serão aplicados no recapeamento das Rotas 1 e 6.As ações somam-se a outros 18 projetos já aprovados pelo Focem, a maior parte deles no Paraguai - país de menor desenvolvimento do Mercosul, com papel estratégico como ponto de encontro de rotas que unem Atlântico e Pacífico (corredores bioceânicos).De acordo com o diretor do Departamento do Mercosul do Itamaraty, Bruno Bath, o Uruguai – outro dos sócios minoritários do bloco - optou por utilizar todos os recursos a que teria acesso em um único projeto: a construção de uma rede de interconexão elétrica que levará energia de Candiota, no Brasil, ao país vizinho, e custará US$ 300 milhões em três anos.Ainda segundo o ministro Bruno Bath, além das obras no Paraguai, o Conselho do Mercado Comum aprovará norma referente ao processo licitatório de ações do Focem. Projetos acima de US$ 400 mil que impliquem licitação deverão ser abertos à participação de empresas dos demais países do bloco.O Focem foi criado em 2005 com o objetivo de financiar, durante 10 anos, projetos e programas para reduzir as assimetriais sociais, econômicas e estruturais entre os países do Mercosul. O fundo conta com US$ 100 milhões anuais. O Brasil contribui com 70%, Argentina com 27%, Uruguai com 2% e Paraguai com 1%.