Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Marrocos, Taïb Fassi Fihri, afirmou hoje que o Brasil vai poder contar com o apoio do governo marroquino na candidatura a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), quando for realizada a reforma na estrutura da ONU.A aspiração brasileira não é nova e tem sido justificada pelo argumento de que o atual formato, com cinco países como membros permanentes do Conselho – Estados Unidos, Rússia, China, Inglaterra e França – cristaliza uma situação do final da Segunda Guerra Mundial e não é representativo dos países em desenvolvimento.Durante reunião com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em Rabat, capital do Marrocos, Taïb Fassi Fihri disse que o governo marroquino considera a aspiração brasileira totalmente legítima.Além desse tema, durante o encontro entre os dois chanceleres foi discutido o interesse no aumento dos investimentos brasileiros no Marrocos. Atualmente, há presença brasileira na produção de fosfatos e fertilizantes. Também foi debatida a necessidade de se aprofundar as relações econômico-comerciais entre os dois países. No primeiro trimestre de 2009 deve vir ao Brasil uma missão empresarial, chefiada pelo ministro da Economia marroquino.Outro ponto tratado pelos dois ministros foi a necessidade de se avançar no acordo comercial entre o Marrocos e o Mercosul. A expectativa é que ele possa ser firmado até o final deste ano. A próxima rodada de negociações está prevista para agosto ou setembro.O tema da cooperação entre os países em desenvolvimento também esteve presente no discurso de Celso Amorim no encerramento da 3ª Reunião da Comissão Mista Brasil – Marrocos. “Quanto mais os países do Sul falam entre si, mais os países do Norte nos escutam”, afirmou o ministro. Na ocasião, de acordo com a assessoria do Ministério das Relações Exteriores, ainda foram assinados atos bilaterais sobre a formação profissional de pessoas com deficiência, de trabalhadores da construção civil e de informática, o setor têxtil, a saúde, o meio ambiente, a cooperação agrícola e inspeção animal.