Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os analistas de mercadoprecisam levar em consideração que houve uma mudançanas contas do Brasil, que antes tinha muitos compromissos com dívidasno exterior e agora, com o crescimento econômico, faz maioresremessas de lucros e dividendos de empresas multinacionais parao exterior. A afirmação foi feita hoje (24) pelodiretor de Política Monetária do Banco Central, MárioMesquita, ao explicar o aumento da projeção para o déficit em transações correntes(todas as operações do Brasil com o exterior).Segundo Mesquita, o aumento da projeção do déficit emtransações correntes, de US$ 12 bilhões para US$21 bilhões, foi por conta da redução na projeçãodo superávit comercial (saldo das exportaçõesmenos importações) de US$ 27 bilhões para US$ 25bilhões. Outro fator foi o aumento da projeçãodas remessas de lucros e dividendos de US$ 24 bilhões para US$29 bilhões.Para o diretor do BancoCentral, o aumento das remessas reflete o "bom momento vividopela economia brasileira", que permite a obtençãode lucros pelas empresas filiais de multinacionais no país.Mesquita lembrouque, em dezembro de 2003, a participação da dívidano passivo externo brasileiro era de 52,8% e caiu nos anos seguintes,chegando a 20,6% em dezembro de 2007. Já o InvestimentoEstrangeiro Direto (IED, caracterizado pelo interesse duradouro doempreendedor na atividade econômica) e as aplicaçõesem ações, em dezembro de 2007, representaram 45,7% dopassivo externo brasileiro. "Isso tende acontribuir para aumentar a resistência da nossa econômicaa choque externos". Para Mesquita, o IED e também asações são capitais de longo prazo capazes definanciar o déficit em conta corrente. "O IED nãotem se caracterizado por ser excessivamente volátil",disse.