Novo plano agrícola deve fortalecer plantio de arroz e feijão, diz Stephanes

24/06/2008 - 14h26

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O novo plano agrícolae pecuário, a ser anunciado oficialmente pelo presidente LuizInácio Lula da Silva no dia 2 de julho, deveráfavorecer principalmente a expansão do cultivo do arroz,feijão, trigo e milho. A afirmação foi feitahoje (24) pelo ministro da Agricultura, Pecuária eAbastecimento, Reinhold Stephanes, ao participar do seminárioPerspectivas para o Agribusiness em 2008 e 2009.Stephanes disse que, embora “não seja umacommodity [produto com cotação em bolsas devalores], o arroz é o terceiro cereal mais consumido nomundo, com uma produção mundial de 500 milhõesde toneladas, das quais apenas 25 milhões sãocomercializadas internacionalmente e quando há uma quebra desafra, mesmo pequena, isso acaba pressionando os preços dogrão”.Sobre o trigo, o ministro destacou a necessidadede obtenção de um ganho em transporte, já que,diante da instabilidade do fornecimento do produto pela Argentina, oBrasil precisou recorrer à importação demercados mais distantes, como o Canadá, onerando o preço.Quanto ao feijão, ressaltou que, por seruma cultura de ciclos curtos, em torno de 90 dias, “há umavolatilidade grande”, e é preciso manter as etapas de quatrocolheitas. Para estimular o produtor, o governo usará aestratégia de garantia de preços mínimos e, parao equilíbrio da oferta e procura, lançará mãodos estoques reguladores. Segundo Stephanes, o governo pretende recuperaráreas de pastagens degradadas e voltar ao nível de trêsanos atrás em área plantada, passando dos atuais 45milhões para 48 milhões de hectares. O ministrosalientou que a região de cerrado do Centro-Oeste é aque tem “maior potencial para crescer”. De acordo com cálculosdo ministro, em todo o país, poderiam ser incorporados àagricultura comercial cerca de 100 milhões de hectares. Stephanes considera os recursos estimados para apróxima safra, R$ 65 bilhões, suficientes para aumentara produção de forma a suprir a demanda do mercadointerno e gerar excedentes para exportação.Ele informou que o Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e social (BNDES) colocará,inicialmente, R$ 1 bilhão em créditos voltados paraessa recuperação, com o cuidado de se preservar o meioambiente.”É uma espécie de troca em que não épreciso derrubar árvores, mas preservar o que játemos.”