Da Agência Brasil
Brasília - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denunciou hoje (24) a intenção do Ministério Público do Rio Grande do Sul de acabar com as ações dos militantes da luta pela reforma agrária no estado. A entidade apresentou uma ata de uma reunião do Conselho Superior do Ministério Público gaúcho para comprovar a existência de uma estratégia voltada a "dissolver" o MST no Rio Grande do Sul.Segundo nota divulgada pelo MST, o Conselho Superior do MinistérioPúblico gaúcho decidiu, em reunião realizada emdezembro do ano passado, proibir qualquer deslocamento detrabalhadores sem-terra - incluindo marchas e caminhadas -, intervir em escolas de assentamento, criminalizar lideran ças e integrantes e desativar todos os seus acampamentos noRio Grande do Sul.Ainda deacordo com a nota, o despejo de dois acampamentos, em áreas cedidas, faria parte da estratégia do Ministério Público gaúcho. O MST diz que o "congelamento" do acampamento de Nova Santa Rita, em uma área de assentamento, na qual as famílias foram proibidas judicialmente de entrar ou sair, também se insere nesse contexto."A posição do Ministério Público coincide com a acentuação do uso de violência pela Brigada Militar em mobilizações de qualquer movimento social, como no dia 11 de junho, quando dezenas de pessoas foram feridas com balas de borracha e cassetetes. Um agricultor teve hemorragia interna em conseqüência das agressões e permaneceu uma semana hospitalizado", destaca a nota do MST.No entanto, o procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Mauro Renner, garantiuque houve uma revisão da ata do Conselho Superior doMinistério Público, que previa as medidas em relaçãoao MST. De acordo com Renner, a revisão ocorreu porque houveum entendimento de que o Ministério Público não poderia atuar de formagenérica, ampla e sem ficar caracterizada a prática defatos ilegais.