Lula diz que políticos devem ter coragem para fazer as reformas política e eleitoral

24/06/2008 - 19h18

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao participar da assinatura de convênios de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 21 estados e no Distrito Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu mudanças na legislação eleitoral e uma reforma política para ajudar no combate à corrupção. E pediu coragem aos políticos.“Neste país, tem lei em que a pessoa é cassada por corrupção quando é governador e pode ser candidato ao Senado na eleição seguinte. Você tira um mandato de quatro anos e dá um mandato de oito anos”, disse Lula. “Nós, políticos brasileiros, vamos ter que ter coragem de pensar seriamente numa reforma política e vamos ter que pensar numa legislação eleitoral em que não permita que a gente fique à mercê da interpretação da justiça eleitoral. É preciso ter coragem de fazer uma lei que em primeiro lugar interessa ao povo brasileiro; em segundo lugar, consolide os partidos políticos. Em terceiro lugar, faça o povo acreditar de que as coisas serão mais sérias a partir da instituição de uma nova legislação e de uma reforma política no país”, afirmou. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que não irá elaborar e nem divulgar lista de candidatos às eleições municipais que respondem a processos judiciais. Na cerimônia no Palácio do Planalto, Lula lembrou que a partir do dia 4 de julho, o governo não poderá mais firmar novos contratos, seguindo a lei eleitoral. Constantemente, Lula reclama que em ano de eleição os governos são obrigados a parar obras e programas.“Depois dos dia 4 de julho não podemos mais assinar contratos. Ele serão assinados depois das eleições”, disse Lula.O Tribunal Regional Eleitoral (TER) do Rio de Janeiro embargou hoje obras do projeto Cimento Social, recuperação de casas no Morro da Providência. O projeto é de autoria do senador e pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB).De acordo com o juiz Fábio Uchoa, que determinou a suspensão, as obras têm caráter eleitoreiro com base na distribuição de cartões contendo uma foto de Crivella sobreposta à imagem da obra no Morro da Providência. Ainda conforme o juiz, sem uma decisão do Congresso o convênio firmado entre os Ministérios das Cidades e da Defesa para realização das obras, em janeiro de 2008, é eleitoreiro.