Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou hoje (24) a adoção de medidas contra a imigração por países da Europa. Aprovada pelo Parlamento Europeu no dia 18 de junho, a nova lei de imigração da União Européia torna mais rígidas as regras de tratamento a imigantes ilegais.Em solenidade em São Paulo para discutir políticas de direitos humanos, Lula afirmou que restringir o acesso de imigrantes à Europa é preconceito por medo de perder espaços e postos de trabalho.“O vento frio da xenofobia sopra mais uma vez para os desafio da sociedade”, disse Lula. Para o presidente, em vez de impedir a imigração, os países europeus deveriam ajudar o desenvolvimento das nações mais pobres.“Esse é um problema muito grande na Europa. Não é impedindo que os povos entrem na Europa que vão resolver seus problemas. E como fazer isso? É ajudando a desenvolver o etanol”, afirmou.O presidente elogiou as empresas que desenvolvem políticas de respeito aos direito humanos no Brasil. Em um auditório repleto de empresário das principais empresas no país, Lula disse que há alguns anos “parecia impossível juntar meia dúzia de pessoas” para falar sobre o assunto.Apesar de reconhecer que ainda há muito a se fazer para que negros, mulheres e pessoas com deficiência ocupem cargos importantes no país, o presidente disse acreditar que houve avanço no estímulo à igualdade racial e de gênero. “Quero dizer da minha alegria em vir para esse encontro e encontrar a quantidade empresários preocupados em discutir a questão dos direitos humanos. Com a minha experiência dos últimos 40 anos, sou testemunha de que houve um avanço excepcional”, discursou.Segundo Lula, a baixa presença de negros e mulheres em cargos de destaque em grandes empresas e no serviço público decorre da falta de políticas de inclusão no passado. “Significa que há 30 anos não plantamos as sementes que deveriam ter sido plantadas. O que é importante é que a gente trabalhe para que nos próximos 20 anos tenhamos mais negros e mulheres em cargos importantes e tenham uma certa igualdade em cargos importantes na sociedade.”Ao final do evento, empresários e governo irão assinar uma declaração em que se comprometerão a intensificar práticas voltadas ao cumprimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos.