Juros do cheque especial sobem para 157,1% ao ano em maio

24/06/2008 - 11h05

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os juros cobrados pelouso do cheque especial continuam em alta. Em maio chegaram a 157,1% ao ano, contra os152,7% ao ano registrados no mês anterior. O aumento foi de 4,4 pontospercentuais de um mês para o outro e no ano foi de 19 pontos percentuais. A taxa de maio é a maior desde agosto de 2003, quando ficou em 163,9% ao ano. Os dados foram divulgados hoje (24) pelo Banco Central.A taxa média dejuros (pessoas físicas e jurídicas) passou de 37,4% aoano, em abril, para 37,6 % ao ano em maio. Nos 12 mesesfechados em maio, a taxa média subiu 0,4%. No ano, a alta é de 3,8%.No caso das operaçõesdestinadas apenas a pessoas físicas, a taxa média caiude 47,7% em abril para 47,4% ao ano no mês passado. Ataxa média de juros anuais para empresas (pessoa jurídica)foi de 26,9% em maio, maior do que os 26,3% de abril.Os juros anuais do créditopessoal, que inclui operações com desconto em folha depagamento, passaram de 50,6% em abril para 48,4% em maio. Na aquisiçãode veículos, a taxa subiu de 29,8% ao ano para 30,6% ao ano.O spread, diferençaentre o que os bancos pagam nos investimentos (captação)e o que cobram na concessão do empréstimo(financiamentos) ficou em 14,5 pontos percentuais para empresas, 33,5pontos percentuais para pessoas físicas e 24,5 pontospercentuais no total. Boa parte do lucro dos bancos vem do spread. Em 12 meses encerrados em maio, o spread para as empresas subiu 1,7%, para as famílias houve redução de 4%, e no total foi registrada redução de 1,5%.A taxa de inadimplênciageral, considerados atrasos superiores a 90 dias, manteve-se em 4,2%. Em maio, ainadimplência de pessoas jurídicas permaneceu em 1,8% edas pessoas físicas subiu de 7,1% para 7,3%.O volume de créditodo Sistema Financeiro Nacional chegou a R$ 1,044 trilhão em maio, o que equivale a 36,5% da soma de bens e serviçosproduzidos no país, o Produto Interno Bruto (PIB). No mêsanterior, esse percentual ficou em 36,2% do PIB.O prazo médio dos financiamentos para as empresas chegou a 299 dias corridos, um a mais do que o registrado em abril. Para as famílias, o prazo médio permaneceu em 457 dias corridos.