Da Agência Brasil
Brasília - Caminhoneiros de todo o país estão com indicativo deparalisação de 24 horas para amanhã (25). A categoria reivindica preços mais baixos para o óleodiesel, alteraçãono Decreto 49.487, que regulamenta novas restriçõespara a circulação de caminhões na cidade de SãoPaulo, melhorias para motoristas autônomos e questiona a diminuição do valor do frete.
O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros,José da Fonseca Lopes, disse que a greve será diferente das anteriores: primeiro, a categoria vaiinterromper as atividades, para depois entrar em negociaçãocom os órgãos competentes. “Paraatingir o governo, temos de fazer pressão política. Por isso a classe decidiu, a priori reivindicar, para depoisnegociar, pois só assim, conseguiremos lutar pelo que a classenecessita.”, afirmou Lopes, ementrevista ao programa Revista Brasil da Rádio Nacional.
Lopes ressaltou que, se o governo não modificar oDecreto 49.487, a entrega das mercadorias certamente atrasaráe trará prejuízos para os motoristas que transportam produtosperecíveis. “Umasdas reivindicações é que as marginais sejam liberadas, de uma estado para outro, pois acapital paulista é local estratégico de passagem e dedistribuição de produtos. Se os carros nãopuderem passar das 5 às 21 horas, com certeza isso traráretardamento nas entregas e prejuízo aos motoristas quecarregam frigorificados, cargas vivas e hortifrutigranjeiros.”
Segundo o sindicalista, o governo pouco tem feitopela melhoria e qualidade do setor, principalmente paracaminhoneiros autônomos. Ele lembrou que esses trabalhadorestêm dificuldades na aquisição de financiamento paracompra de veículos novos e, quando conseguem, a entrega docarro costuma atrasar até seis meses, o que gera um prejuízoincomensurável.
Lopes espera que o resultado da paralisação de amanhã sensibilize as autoridades e que, com isso, elas apresentem propostas de soluçãopara a categoria.
Na entrevista, o sindicalista recomendou que os motoristas não saiam decasa. Aos caminhoneiros que trafegam nas rodovias, sugeriu que parem em postos de abastecimento ouem locais seguros, pois podem acorrer imprevistos violentos da parte dealguns manifestantes. “Façoum apelo à categoria para que adira à paralisação, porquepode acontecer de caminhoneiros alterados realizarem atos dedepredação, como aconteceu na greve de 1999.”