Ruralistas se reúnem com Kirchner depois de suspenderem bloqueios de estradas

23/06/2008 - 19h10

Da Agência Brasil

Brasília - Depois do fim do bloqueio de estradas mantido por produtores rurais da Argentina, a presidente Cristina Kirchner se reúne com os líderes ruralistas hoje (23) à noite. Os titulares das quatro entidades que comandaram os protestos desde março foram convidados: Eduardo Buzzi, da Federação Agrária; Luciano Miguens, da Sociedade Rural; Fernando Gioino, da Coninagro; e Maria Llambías, da Confederações Rurais Argentinas.Segundo informações da agência Telam, o texto da carta-convite afirma que hoje a Argentina “tem uma grande possibilidade” para se desenvolver e convida os ruralistas a “protagonizar em pluralidade e democracia e junto a todos os argentinos o desafio e a responsabilidade que a hora nos impõe”.Para o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, o conflito entre o governo e o setor agropecuário se normalizou. Ele também afirmou que “é muito saudável para o país” a discussão dos impostos sobre as exportações no Congresso.A Câmara dos Deputados começou hoje (23) a discussão do projeto que trata do assunto, enviado pelo Executivo na semana passada. A Casa também deve buscar avanços em uma ampla agenda agropecuária. A Comissão de Agricultura já convidou os representantes das quatro entidades ruralistas.O anúncio feito por Cristina Kirchner, de enviar ao Congresso o projeto das retenções às exportações deixou diversos setores políticos e econômicos satisfeitos, inclusive os produtores rurais. As entidades elogiaram a decisão e pediram aos parlamentares que escutem os interesses de todos os setores.O governo argentino acredita que vai ter votos suficientes para aprovar o projeto na Câmara e no Senado nas próximas semanas, no entanto, não descarta mudanças para beneficiar outros setores que compõem a cesta básica, como o trigo, o leite e a carne.Com o fim dos bloqueios, o Mercado Central de Buenos Aires está “muito bem abastecido”. De acordo com o titular da Câmara de Operadores de Frutas e Hortaliças, Fabián Zeta, isso se dá por causa da mercadoria recebida na sexta-feira (20) e ontem (22).“Não falta nada. Aqui os preços estão mais baixos do que antes das manifestações. Falta que venham os verdureiros, falta compra”, disse.