Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Procuradoria-Geralda República deve encaminhar nos próximos dias aoMinistério do Planejamento um documento em que um GrupoEspecial de Trabalho, constituído pela Procuradoria daRepública do Distrito Federal, recomenda que seja avaliada pelo governo anecessidade da existência da Fundação Nacional deSaúde (Funasa). A informação foi dada àAgência Brasil pela procuradora da República RaquelBranquinho, que assina uma ação de improbidadeadministrativa contra três ex-presidentes da Funasa.“Temos verificadoque a Funasa não tem conseguido, através da suaestrutura de 40 mil servidores públicos, desempenhar as funçõesde prestação de assistência à saúdeindígena, transferência de recursos para melhoria desaneamento básico em municípios e prevençãode doenças endêmicas. São atividades correlatasaos ministérios da Saúde, das Cidades e à Funai[Fundação Nacional do Índio]. É umaduplicidade de atividades, com um gasto muito grande e resultado muitoruim para o interesse público”, criticou Raquel Branquinho. Um dos sinais deineficiência administrativa da Funasa, conforme a procuradora,se dá na terceirização do atendimento àsaúde indígena, com o repasse de verbas para Organizações Não Governamentais (ONGs). “Parte dasaúde indígena é delegada a ONGs que nãotêm perfil nem vocação nem estrutura para este tipo de serviço. Quando a gente vai na ponta, vê que o dinheirofoi mal aplicado, desviado e não houve adequada prestaçãode serviço às comunidades”, descreveu Raquel Branquinho.Em recente entrevista à Agência Brasil, o diretor de saúde indígena da Funasa, Vanderlei Guenka, informou que o governo tem um plano para substituir todos os terceirizados que trabalham na atividade-fim até 2012.