Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Alguns senadores quecompareceram hoje (23) ao Senado criticaram a decisão dopresidente Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) e dos líderespartidários de não realizar qualquer votaçãonesta semana. Eles resolveram não apreciar nenhum projeto deliberativoalegando que muitos parlamentares estariam ausentes por causa dasconvenções partidárias ou das festas juninasnos estados nordestinos.O vice-líder do PSDB, ÁlvaroDias (PR), afirmou que embora as festas de Santo Antônio e SãoJoão sejam tradições culturais dapopulação, "o dever elementar do parlamentar éestar no Congresso atuando". "A ausência não sejustifica", afirmou.O tucano considera o argumento darealização das convenções municipais paraa escolha de candidatos a prefeitos "uma desculpa pior ainda"para os senadores não comparecerem ao Senado. "Ospartidos fazem suas convenções nos fins de semana",assinalou ele.Já o corregedor geral do Senado, RomeuTuma (PR-SP), disse que tal atitude tira dos senadores a autoridadepara criticar o excesso de medidas provisórias editadas pelogoverno. “A gente reclama muito do governo por causa do excesso dasmedidas provisórias, mas não abre a pauta".Opetista Eduardo Suplicy (SP) foi mais sutil em sua crítica aoslíderes partidários. Ao ser indagado se tal decisãonão desgastaria ainda mais a imagem da Casa perante a opiniãopublica, ele respondeu: "O Senado sairia fortalecido emelhoraria a sua imagem se votasse nesta semana".O líderdo PMDB, Valdir Raupp (RO), tentou defender a decisão doscolegas líderes e do presidente do Senado. Segundo ele, nasemana passada, foram votadas 12 matérias - três medidasprovisórias e nove mensagens presidenciais de indicaçõesde autoridades para cargos no exterior."Na semanapassada, o quórum já estava muito baixo. Nãoposso criticar [a decisão], porque foi decidido peloslíderes com o presidente Garibaldi Alves", afirmou opeemedebista.Por causa da decisão,o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE),Aloizio Mercadante (PT-SP), suspendeu a sessão deliberativaagendada para amanhã, às 10h. A votaçãodas matérias previstas na pauta foi transferida para o dia 1ºde julho.Num comunicado aos senadores, Mercadante esclareceque "as matérias que seriam aprovadas pela comissãona referida reunião [desta semana] não poderiamser apreciadas em Plenário".