Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil não vai entrar na disputa para sediar os Jogos Olímpicos de 2016 como um país “terceiro-mundista, disse hoje (23), no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao falar na solenidade de lançamento da campanha Rio Sede das Olimpíadas de 2016, Lula destacou que o país entra na concorrência com chances de vencer, aproveitando estruturas construídas para os Jogos Pan-Americanos e para a Copa de 2014.Segundo ele, o projeto Rio 2016 já tem instalações para receber 72% dos atletas – 56% delas foram utilizadas no Pan. Ainda de acordo com o presidente, para reforma de instalações já existentes, construções das novas e montagem das temporárias serão necessários US$ 508 milhões. “Estão estimados investimentos de US$ 2,6 bilhões em corredores de transporte público de alta capacidade, novas vias, reforma e ampliação do sistema de metrô e trens, além da conclusão do arco rodoviário da região metropolitana”, informou o presidente.A experiência dos Jogos Pan-Americanos será amplamente utilizada no sistema de segurança a ser implantado para as Olimpíadas. “Vamos entrar na disputa, não do zero, com se fossemos um país terceiro-mundista em busca de espaço. Vamos começar com uma performance como poucas vezes algum país já começou”, afirmou. Lula informou que muitas áreas da capital fluminense, como a zona portuária e o entorno do estádio do Maracanã e da Quinta da Boa Vista, serão revitalizadas. Segundo ele, outros estados e o Distrito Federal também serão beneficiados se o país for escolhido como sede dos jogos. “Praças esportivas fora do Rio serão as sedes regionais do torneio de futebol, como Brasília, Belo Horizonte, São Paulo e Salvador.”Quanto ao fato de o Brasil ter ficado em quarto lugar na escolha dos países que foram para a fase final da disputa (Espanha, Estados Unidos e Japão), Lula disse que é possível virar o jogo. “Nem sempre em uma eleição quem ficou em primeiro lugar no primeiro turno é o vitorioso no segundo turno.” O presidente lembrou, entretanto, que a América Latina tem menos representantes no Comitê Olímpico Internacional (COI) do que a Europa, o que dificultaria a escolha do Brasil. “Vamos enfrentar um embate político com 115 eleitores”, afirmou Lula, referindo-se aos juízes do COI. “Como na política, no esporte, a matemática não é uma ciência exata quando se trata de representação para escolha [da sede] das Olimpíadas”. Conforme o presidente, enquanto a Suíça tem quatro delegados e a Itália, cinco, toda a América Latina tem apenas quatro representantes no comitê.“O trabalho de convencimento é muito mais difícil. É preciso que a gente se apresente com as qualidades que temos, e são muitas as qualidades, embora nem sempre nós, brasileiros, reconheçamos nossos valores”, concluiu.