Governo não vai intervir para reassentar palestinos em outro país, diz secretário

22/06/2008 - 16h44

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo brasileiroestá em contato com a representação palestina noBrasil para convencer o grupo de nove palestinos acampados, emBrasília, em frente à sede do Alto Comissariado dasNações Unidas para Refugiados (Acnur), a permaneceremno país. Foi o que afirmou osecretário-executivo do Ministério da Justiça epresidente do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), LuizPaulo Barreto. Segundo ele, não há nada alémdisso que o governo brasileiro possa fazer para ajudar o grupo. Barreto dissereconhecer que haja problemas de adaptação dosrefugiados. “Não é que eles estejam sendo ingratos.Possivelmente alguns parentes tenham conseguido ir para paísesmais desenvolvidos, o que faz com que esse grupo tenha o mesmosonho”, supôs.Os refugiados fazemparte de um grupo de 109 palestinos que veio para o país nofinal do ano passado, inseridos no programa de reassentamento derefugiados da Organização das NaçõesUnidas (ONU). Eles estavam em umacampamento para refugiados mantido pela ONU na fronteira do Iraquecom a Síria e a Jordânia, depois de terem saídode Bagdá, onde estavam sendo perseguidos, logo após aqueda de Saddam Hussein.“Eu nãoposso fazer absolutamente nada, nós recebemos esse grupo,protegemos esse grupo, providenciamos documentos de trabalho,identidade”, diz Barreto.Segundo o secretário, ospalestinos reclamam porque querem ir para os Estados Unidos ou para aEuropa, mas que não há como assegurar que eles sejamrecebidos em outros países. “Se quiser ir para os EstadosUnidos você tem que ir na embaixada, pedir um visto, nãotem como o governo brasileiro assegurar que eles vão conseguirtransferir suas residências”, relatou.Barretoressaltou que, antes de aceitarem vir para o Brasil, no programa dereassentamento, os refugiados recebem informações sobreo país, dados sobre emprego e condições de vida,inclusive sobre se é possível manter sua cultura ereligião sem ser perseguido. “Tudo isso édito pra eles. Mas a gente entende que na hora em que você estádentro de um acampamento, no meio de um deserto, a sua tendênciaé falar eu topo, eu vou”.