Celso Amorim sugere maior cooperação bilateral entre Brasil e Argélia

22/06/2008 - 15h40

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, foirecebido hoje (22), em Argel, pelo presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, com quem discutiu a possibilidade de uma "parceria renovada" entre oBrasil e o país africano. A parceria teria por objetivo aumentar acooperação bilateral nas áreas de desenvolvimento industrial e produçãoagrícola.O chanceler brasileiro participa da 2ªReunião Bilateral de Consultas Políticas e da 3ª Comissão MistaBrasil-Argélia. Amorim falou ao presidente argelino da importância de seu país comprarmais produtos do Brasil, de modo a reduzir o saldo negativo (déficit)brasileiro na balança comercial entre os dois países.As informações sobre o encontro são da assessoria de imprensa do Ministério da Relações Exteriores. Segundo dados do ministério, o fluxo de comércio bilateral é desfavorável ao Brasil, em virtude,principalmente, das compras brasileiras de petróleo e gás natural daArgélia. As exportações brasileiras para aquele país somaram US$ 501,2 milhõesno ano passado e as importações de produtos argelinos foram de US$ 2,8bilhões, o que resulta num déficit de US$ 2,299 bilhões. É o terceiro maiorsaldo negativo do Brasil no comércio internacional, depois de Nigéria e China.Celso Amorim sugeriu a Bouteflika duas medidas que, segundo ele, trariam resultados concretos e imediatos: a reabertura domercado argelino para a carne brasileira, que sofre embargo daquelepaís desde 2005, e a compra de aviões da Embraer. Nesse quesito, Amorimsalientou a existência de interesse preliminar da empresa aéreaargelina Tassili, ligada à petrolífera estatal Sonatrach. O chanceler também comentou, depois daaudiência, sobre a possibilidade de negociações para um AcordoQuadro na área comercial entre Mercosul e Argélia. "Primeiro para aconcessão de preferências tarifárias fixas e mais tarde um acordo delivre comércio", segundo divulgou a assessoria. No encontro, Amorim e Bouteflika falaram, ainda, de projetos deinvestimentos e de construção civil naquele país, que estão em fase delicitação com participação de empresas brasileiras.Amorim disse que o presidente argelino foi "muito receptivo"quanto à prestação de serviços de engenharia por grandes empresasbrasileiras e relatou que tiveram uma "discussãoinstigante" sobre a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).