Processo contra Álvaro Lins tem novo relator e corregedor fala que há medo na Alerj

12/06/2008 - 16h07

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Álvaro Lins (PMDB) ganhou hoje (12) um novo relator, o deputado Audir Santana (PSC), depois que nenhum deputado do Conselho de Ética da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) se apresentou para relatar o caso, e após a renúncia da deputada Aparecida Gama (PMDB), que havia sido sorteada ontem (11) para a incumbência.O deputado Audir Santana prometeu conduzir o caso até o fim e negou que a hesitação dos membros do Conselho de Ética em aceitar a missão estivesse ligado ao medo: “Se o medo fosse o norteador deste processo, a gente não aceitaria nem o cargo de ser membro da Comissão de Ética”, defendeu-se Santana. Já o deputado Luiz Paulo (PSDB), corregedor da Alerj, disse que há medo entre os parlamentares. "Tudo o que envolve gatilho assusta. Tem também a questão das milícias, na CPI que se inicia [uma CPI que vai investigar a atuação de milícias existentes em algumas favelas, uma delas responsável pelo seqüestro e tortura de jornalistas do jornal O Dia, em maio]. Há realmente apreensão, por que negar? O medo é o gigante da alma. E quem não tem medo?”, questionou o corregedor.Álvarp Lins foi chefe de polícia durante o governo de Rosinha Garotinho e acabou preso recentemente durante a operação Segurança Pública S/A, da Polícia Federal (PF), acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de formação de quadrilha e corrupção. Ele tem prazo para apresentar defesa prévia e indicar no máximo dez testemunhas, até a próxima segunda-feira (23), segundo Paulo Melo (PMDB), presidente do Conselho de Ética.O novo relator do processo, deputado Audir Santana, disse acreditar que haja possibilidade de encerrar os trabalhos e levar o relatório à votação no conselho e no plenário da Alerj ainda antes do recesso parlamentar, que se inicia no dia 1º de julho.