Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - No Paraná, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/2006) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 18% das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalham e não estudam, índice superior aos registrados nos outros dois estados da Região Sul: Santa Catarina (16,1%) e Rio Grande do Sul (17,9%).São cerca de 2,4 milhões de crianças de 5 a 17 anos, das quais 318 mil trabalham, ou seja, 13% – número acima da média nacional, que é 11,5%. Para sensibilizar a sociedade sobre a importância da educação para enfrentar o problema, o Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil (Feti-PR) realiza hoje (12), em Guarauninha, região rural no município de Palmeira, o Dia de Mobilização contra o Trabalho Infantil.Segundo a secretária da Criança e da Juventude, Thelma Alves de Oliveira, o evento será realizado em uma região de plantações de fumo, para que a ação atinja diretamente as famílias que sofrem esse tipo de exploração de mão-de-obra. De acordo com dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), aproximadamente 80 mil crianças estão em atividades agrossilvopastoris no estado.O Ministério Público do Trabalho tem 1.238 investigações em andamento com o tema trabalho infantil no estado. Só na sede, em Curitiba, são 506 procedimentos investigatórios. No interior, são 732 investigações em andamento. A procuradora do Ministério Público na área de trabalho infantil, Margareth Campos, disse que o órgão também orienta as administrações municipais do estado para que se comprometam a implementar programas sociais para erradicação do trabalho infantil.O Núcleo de Combate ao Trabalho Infantil tem feito também, segundo a procuradora, com que as empresas cumpram a Lei da Cota Aprendizagem, que determina a contratação de 5% a 15% de aprendizes em médias e grandes empresas. Profissionais das áreas de saúde e de direito prestam atendimento gratuito à população de Palmeira durante todo o dia.