Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O porquê de levar o sistema financeiro àspessoas mais pobres e como ele pode ser um sistema inclusivo são alguns dos assuntos que o fundador do Grameen Bank, o banco dos pobres,em Bagladesh, e Prêmio Nobel da Paz em 2006, Muhammad Yunus, pretendediscutir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma reuniãohoje (12).Um outro tema que Yunus pretende discutir é o que ele chama de“negócio social” (social business, em inglês). “Muitos dos problemasque enfrentamos hoje podem ser resolvidos via negócios sociais, que sãonegócios com uma causa, não para fazer dinheiro”, afirmou, antes departicipar da mesa sobre Justiça Social e Econômica, no 1º FórumInternacional de Comunicação e Sustentabilidade.Muhammad Yunus defende que mais negócios sociais sejam estimulados,até porque são um estímulo para os jovens. Ele afirmou que adiferença entre a aplicação do dinheiro em um negócio desse tipo e adoação como caridade, apesar de os dois visarem a ajudar outraspessoas, é que o dinheiro investido pode ser “reciclado”.“Isso pode ser feito por meio de caridade, mas o dólar de caridadetem uma só vida, pode ser usada somente uma vez, mas no momento em quevocê passa isso para o negócio social, o dinheiro tem uma vida sem fim,ele pode ser reciclado sempre, então fica mais poderoso”, disse.De acordo com Yunus, o conceito do negócio social passa pelamudança no foco, que não está em conseguir lucro, mas em fazer tudopelos outros. Ele explicou que qualquer tipo de atividade pode sersocial, seja fornecer água ou fabricar sapatos.“Tudo isso pode ser negócio social, você faz isso não paraconseguir dinheiro para si mesmo, você quer fazer com que as pessoassuperem os problemas que estão enfrentando, e então se tornem pessoasdignas”, afirmou.