Copom afirma que política monetária será mantida enquanto for necessário

12/06/2008 - 9h08

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê dePolítica Monetária (Copom) do Banco Central consideraque a “atual postura de política monetária” serámantida “enquanto for necessário” para assegurar “aconvergência da inflação com a trajetóriade metas”. A informação consta da ata da reuniãodo Copom, divulgada hoje (12) pelo Banco Central. Na reunião,realizada nos dias 3 e 4, o comitê decidiu por unanimidadeaumentar a taxa básica de juros, a Selic, de 11,75% para12,25% ao ano, como forma de conter a inflação.“Evidentemente, naeventualidade de se verificar alteração no perfil deriscos que implique modificação do cenárioprospectivo básico traçado para a inflaçãopelo comitê neste momento, a estratégia de políticamonetária será prontamente adequada àscircunstâncias”, diz a ata. O comitê voltou adestacar a necessidade de prudência no momento atual,“caracterizado pela deterioração da dinâmicainflacionária corrente e esperada”. Para o Copom, que seconsidera respaldado pela experiência internacional, “aatuação da política monetária tende a sermais efetiva quando a deterioração da dinâmicainflacionária está em seus estágios iniciais doque quando esta se encontra consolidada”.Na ata, o comitê considera que os investimentos na economia para ampliar a capacidade produtiva e as importações ajudam a evitar que "a pressão inflacionária se intensifique ainda mais". Entretanto, o Copom avaliou que o ritmo de expansão da demanda doméstica deve continuarsendo sustentado, principalmente, pelo crescimento da renda e do crédito,o que leva a riscos para a "dinâmica inflacionária".Mas, no documento, o comitê ressalta que o ritmo crescimento do crédito deve ter alguma moderação nos próximos meses, assim como as transferências governamentais, como o Bolsa Família, terão “intensidade menor do que se antecipava anteriormente”."Nessecontexto, a redução consistente do descompasso entre o ritmo de ampliação daoferta de bens e serviços e o da demanda continua sendo central na avaliaçãodas diferentes possibilidades que se apresentam para a política monetária".