Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em meio às especulações do retorno da chamada "inflação dos alimentos", a Companhia Nacional de Abastecimento(Conab) anunciou que fará, a partir da próxima semana,uma série de avisos para aquisição de feijãoe milho e para a venda de arroz. A finalidade é regular o preçode alguns produtos agrícolas e evitar instabilidades no mercado de alimentos.Segundo o presidente dacompanhia, Wagner Rossi, essas operações fazem parte deum conjunto de medidas apresentadas pela Conab àSecretaria de Políticas Agrícolas do Ministérioda Agricultura, nesta semana. “A decisão põe em prática as determinações do presidenteLula e do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, para o combateda chamada inflação dos alimentos”, afirmou, em nota.A companhia lançará dois contratos de opçãode compra com prazo de exercício para 30 de julho. Um para adquirir até 100 mil toneladas de feijão e outro para comprar até 600 mil toneladas de milhoproduzidas no estado de Mato Grosso.Um terceiro aviso será para a aquisição de mais 100 mil toneladas de milho, sendo80 mil toneladas para o abastecimento de estados do Norte e Nordeste e outras20 mil para o Espírito Santo e o norte de MinasGerais, com mesmo prazo de exercício dos demais. Por último, a Conab vai lançar mais um contrato para a compra de até 300 mil toneladas demilho, para entrega nos armazéns da própria empresa. Além disso,como já havia sido acertado com o setor produtivo na últimasemana, a estatal realizará mais um leilão de arroz, de50 mil toneladas, no dia 30 deste mês. No dia 3 de julho,haverá uma reunião com o setor produtivo do arroz naSuperintendência Regional da Conab, em Porto Alegre.No mês de maiohouve quatro leilões de arroz, com venda de cerca de 270 miltoneladas do produto, mas, a pedido dos produtores, o governo secomprometeu a realizar apenas um leilão neste mês.Depois do leilão e da reunião do dia 3 de julho, aConab deve definir qual a periodicidade dos próximos concursos.Após um aumentode mais de 40% no preço do arroz no mês de abril, osleilões contribuíram para que o preço seestabilizasse e iniciasse uma pequena queda. Os produtores, noentanto, reclamam dos elevados custos de produção e dosbaixos rendimentos.